10.2.06

Regionalização, Será Que É Desta?

Sampaio falou da necessidade da regionalização e diz que a sociedade portuguesa está hoje mais aberta para aprovar a regionalização que na altura do referendo. Referiu ainda que os munícipios se podem associar em interesses estratégios locais e que isso não depende do poder central.

Será que finalmente é óbvio para toda a gente que Portugal, todo centralizadinho em Lisboa, não pode funcionar? E será que a elite lisboeta, de Louçã a Paulo Portas, de Cavaco a Soares, perdeu a força para impedir que a regionalização se faça? Será que votação do Manuel Alegre indica que o país começa a estar farto deste país lisboeta que pouco distribui dos vários bolos que tocam a todos? E mais ainda, será que Coimbra finalmente se vai aperceber que este papel de lacaio do poder central não nos traz nada de interessante?

A seguir com muita atenção.

8 comentários:

Anónimo disse...

Meu querido sem questionar o respeito que o teu raciocinio merece permite que discorde.
Num Pais com mil km de comprimento parece ilogico que se pulverize o poder apenas para criar clientelas.
Num Pais com duzentos km de largura parece ilogico engordar o estado.
Num Pais com centimetros de profundidade parece absurdo aumentar a proverbial incompetencia desresponsabilizadora.
Num Pais com menos populaçao que muitas cidades parece irrazoavel aumentar a ingovernabilidade
Num Pais desenvolvido e conhecedor das facilidades e velocidades da comunicaçao parece dispendioso aumentar burocracias, repetir processos
Mas afinal isto é um Pais ou um estado de espirito, muito espiritual e pouco espirituoso.
Tambem só neste Pais se pode pavonear um alegre e acobardar um alien que ajudei a ser presidente
Talvez tenhas razao e o melher será cortar isto tudo aos bocados e mandar às urtigas a unidade cultural, a identidade social, a convivencia politica e sobretudo desconfiar da comunicaçao e da justiça
A unica coisa em que podemos acreditar é que o Benfica vai ser campeao

Paulo Coelho Vaz disse...

Meus caros

A questão da regionalização é uma s questões mais absurdas que temos em Portugal. Por várias razões e que passo listar:
1 – Em Portugal já existem regiões, que são as regiões autónomas da Madeira e Açores. Estas foram criadas por razões de distanciamento, mas também por que estas regiões estavam, na altura da sua constituição, ainda mais desfavorecidas em relação à capital, do que as regiões desfavorecidas do Continente;
2 – Para além destas regiões, existem em Portugal já hoje regiões administrativas, como por exemplo as ARS’s, as CCR’s, e por ai fora, as quais são diferentes de ministério para ministério, provocando um verdadeiro caos administrativos – é conhecido o caso de habitantes que para tratar de um assunto têm de ir a determinada cidade, mas para tratar de outro assunto têm de ir a outro local e ainda para um terceiro assunto vão a um terceiro local. Isto para não falar que a União Europeia olha para nós como um país com regiões…;
3 – Portugal tem verdadeiras assimetrias, com uma região que concentra muita da riqueza portuguesa -a área metropolitana de Lisboa, e regiões, como todo o interior, com níveis de desenvolvimento muito baixos, sendo inclusivamente das mais pobres da União Europeia;
4 – Hoje há um sem número de Directores Gerais, Directores, Presidentes, etc., que vão gerindo estes organismos e que são pagos pelo ao erário publico, mas que ninguém escolheu, ninguém conhece e ninguém sabe se são avaliados pelo seu desempenho no final do mandato.

Deste modo, penso há que distinguir duas questões diferentes:
1 – Deve ou não existir uma reorganização do estado português com uma harmonização das regiões administrativas, transversal a todos os ministérios, que defina regiões concretas e que permita a identificação das suas fragilidades e subsequentemente as acções correctivas e evolutivas?
2 – Deve a classe dirigente ser eleita directamente pelos habitantes das respectivas regiões ou pelo contrário continuar a ser nomeada pelo governo português?

Para concluir o que gostaria de ver o governo fazer, é avançar, ainda dentro desta legislatura, para a reorganização referida, uma vez que no meu entender ela é critica para o término das assimetrias que todos conhecemos.
Depois numa legislatura subsequente, poderá outro governo perguntar ao povo português, se prefere escolher os seus líderes regionais ou se prefere que continue estes continuem a ser nomeados por os governantes centrais.



Uma ultima nota de lamento para a falta de democracia que no referendo sobre a regionalização se verificou, quando não foi respeitada a vontade do habitantes do Algarve em terem a sua região, quando a maioria destes se mostraram a favor da mesma.

Anónimo disse...

desculpe pvc, mas não percebi! então a votação foi feita antes ou depois de haver regiões? Portugal é, para já, de Ponte de Lima a Vila Real de Sto. António...e se por acaso na Junta de Freguesia de Santa Cruz, a votação tivesse sido favorável á regionalização, acha que teríamos o direito a uma regiãozinha só para a malta?
subscrevo, no entanto. a reorganização que não regionalizadora...

Paulo Coelho Vaz disse...

Tiago tens razao nao foi no Algarve mas sim no Alentejo

Manson
A regionalização já existe e apenas serve os dirigentes nacionais situados em Lisboa, que distribuem os cargos a seu belo prazer. Nao era a freguesia de Snata Cruz que estava a votos, e que muito respeito pelo imporatntes nascidos...ehehehe, mas sim regiões em concreto.
Se uma determinada região no continente quer eleger os seus representantes, porque que é que isso não é possivel?

João Paulo Pedrosa disse...

Pois que a regionalização traz vantagens do ponto de vista da representatividade democrática, pois traz vantagens no acesso aos fundos de desenvolvimento, pois pode ser o motor de uma descentralização, com vantagens na melhoria da qualidade de vida nas grandes cidades do litoral e com a transferência de postos de trabalho para o interior. Mas realmente, enquanto a classe política e os funcionários da administração pública transmitirem esta imagem de corrupção, de incompetência e de má utilização dos dinheiros públicos, vai ser difícil acreditar no que diz o Jorge Sampaio, que a regionalização tem agora mais adeptos. Não o deixam andar a ver o País real quando ele anda fora do Palácio, e depois emana pensamentos destes. Também agora pode pensar à vontade em voz alta, que já pouca gente lhe presta atenção.
Já perdemos tanto por não ter sido feita a regionalização atempadamente que agora já é tarde para andar outra vez a perder tempo sobre isso.

Paulo Coelho Vaz disse...

jpp
Sabes o que é a CCRC? Sabes o que é a ARS Coimbra? Sabes o que é a Delegação de Coimbra do IPJ? è a regionalização encapotada ao serviço desses (poucos) politicos de que não gostas.
A divisão do pais em regiões já existe.

miguel p disse...

o meu mapa-regiões é o das ccdr's: região Norte, região Centro, região de Lisboa e Vale do Tejo, região do Alentejo e região do Algarve.
e o vosso?

tiago m disse...

estou completamente de acordo com o Coelho, que as estruturas regionalização já existe, mas nomeada pelo poder central, o que implica necessariamente uma regionalização mansa e sp de acordo com o que o poder central quer

o meu mapa das regiões tb é esse, embora eu seja mto relutante em dar uma regionalização mto detalhada num referendo, ou seja, o que eu gostava de ver referendado é o princípio, os detalhes viriam depois; no último refereno o cinismo máximo foi ver não sei quanta gente dizer que até era a favor da regionalização, mas não desta! e com isso, calmamente, chumbou o projecto e passados dez anos aqui estamos, alegremente na mesma.