25.3.06

Até amanhã camaradas.

Ontem vi um pedaço da reposição da série Até Amanhã Camaradas. Gostei muito do modo esparso como trata as personagens, a clandestinidade mas também as relações entre as pessoas. Bons actores, bem filmado, muito interessante. Claro que baseando-se num livro de Álvaro Cunhal, muito dos factos históricos estão focados no PCP (um artigo interessante que discute essa problemática aqui)

Nunca me tinha apercebido verdadeiramente do que era ser clandestino; deve ser impossível esquecer essa experiência, e isso deve explicar em parte a dificuldade do PCP em chegar a este mundo moderno e aberto; também nunca me tinha apercebido que os casais tinham que aparentar ser normais, que homem e mulher eram camaradas e de todas as implicações que isso traria para a relação entre aquelas duas pessoas. E estranhamente dessas mulheres na clandestinidade não ficou uma tradição comunista de quadros femininos fortes no PCP.

2 comentários:

Anónimo disse...

Já tinha visto os dois episódios que retratam esta obra do grande escritor Manuel Tiago.Gostei imenso deste telefilme, porque já tinha lido alguns relatos, episódios, reportagens e alguns livros sobre a experiência dificil que é estar clandestino no seu próprio país, mas com a visualização deste telefilme, aprecebi-me das dificuldades e do perigo de um modo mais real e verdadeiro. Bom argumento e boa representação, deste telefilme que foi o mais caro da história em Portugal, visto que as 4 horas custaram cerca de 600 mil contos em moeda antiga. Contudo, acredito que o investimento é válido, porque retrata uma época pouco conhecida do grande público, é um documento histórico que fica para as gerações vindoras e sobertudo porque é uma justissima HOMENAGEM aos camaradas que na obscuriddade e na adversidade, lutaram por um Portugal justo, livre e fraternno.
Se não viram, aconselho o filme "Cinco dias, cinco noites", com argumento do falecido Manuel Tiago, que retrata o salto para a clandestinidade, neste caso para o estrangeiro, de um camarada que tenta saltar a fronteira na região do Minho.

Anónimo disse...

Houve mesmo casos em que pai e filho só souberam que eram camaradas após a revolução, e aqui se percebe com seria lidar com o "ser clandestino".