mais um atentado em Tel Aviv
bastantes aspectos (senão todos) me transcendem, no que aos bombistas-suicidas diz respeito, mas o que eu realmente não entendo, é como se transforma a ideia de 70 virgens, num prémio!
mais do que uma recompensa, a mim parece-me um verdadeiro castigo...
13 comentários:
depende das virgens. se for daquelas que estão ansiosas por aprender, até não deve ser mau negócio...
mas as 70 virgens não são propriamente a razão. tvz mais o cocktail explosivo de vidas sem destinos, hormonas juvenis, honra masculina mal orientada, exploração vil por parte de organizações religiosas que parasitam o desespero dos outros. quase que antes fosse as virgens....
Curioso... ainda ontem pensava, ao ouvir a notícia, que a forma como ouvimos e divulgamos notícias de atentados são muito díspares conforme vários vectores de análise: a central é a da proximidade (não apenas geográfica, mas) cultural dos povos. Têm existido diariamente atentados. Todos os dias mais um na fila à espera que surjam as virgens. Eu sou, de signo. Será isso? O que mais estranho é o número... Tem de existir uma razão para serem 70! Há neste número algum significado refilioso ou histórico que justifique tal aspiração ao além?
esta saíu bem... "refilioso"...
eu não disse que seria a razão ou a justificação, mas sim o prémio, o estímulo.
com tantos atentados feitos de homem-bomba ao longo deste anos, será que ainda há virgens?
ora essa, caro pereira!
é sempre um prazer, que raio de ideia!
só uma coisita: a guadalupe é uma senhora! uma grande senhora.
Estive quase para entrar nesta discussão pelo lado da escala do merecimento, mas contive-me. Afinal, ainda nem havia Cruzadas e já "o-que-o-outro-fez-justifica-que-eu-faça" era a receita usual lá para aquelas bandas. Por mim, considero alucinante que, com tanto histórico, ainda alguém ache nessa conta a solução. Mas, se calhar, é por eu não ser grande coisa a matemática.
Prefiro ajudar a esclarecer a questão do número de virgens, porque também já se me colocou.
Partilho convosco:
Para os mais apressados, fica aqui o melhor que encontrei, nascido da pena de um tal Ibn Warraq.
http://www.guardian.co.uk/religion/Story/0,,631357,00.html
O nome do jornalista já é sugestivo, o facto de escrever no The Guardian é - no mínimo – simbolicamente engraçado.
O Setenta é um daqueles números carregado de simbolismos e o Islão é apenas uma parcela da equação.
Ora, comecemos por lhes juntar - só para o arranque - os católicos e os Judeus:
"setenta (setenta e dois) era, segundo a tradição judaica (Gn 10; Ex 1,5; Dt 32,8), o número dos povos do mundo. O fato de que o Antigo Testamento grego, nascido em Alexandria, tenha sido atribuído a setenta (ou setenta e dois) tradutores devia significar que com aquele texto em língua grega o livro sagrado de Israel se tornara a Bíblia de todos os povos, como de fato depois aconteceu, tendo os cristãos adotado aquela tradução. O número de setenta discípulos manifesta a pretensão de Jesus com relação à humanidade inteira, que como tal deve formar a fileira de seus discípulos; eles estão indicando que o novo Israel abarcará todos os povos da terra."
Quem quizer saber mais só tem que visitar: http://www.angelfire.com/ult/bentoxvi/Testemunho.htm
A Biblia dos LXX, também conhecida como Alexandrina ou Septuaginta é uma tradução da Biblia Hebraica (Antigo Testamento ou Tanaj) em grego.
O setenta (70) é o número natural que sucede ao 69 e precede o 71.
70 x 7 é a fórmula apresentada na Bíblia acerca de quantas vezes devemos perdoar.
Agora, juntem-lhes os Sumérios:
A Fênix Suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um "olho". A numeração de "olho" é setenta ou Ain.
http://www.thecauldronbrasil.com.br/article/articleview/335/1/18/
Como da discussão nasce a Luz (qualquer dia temos que analisar a aplicação energética desta verdade antiga...), a minha pesquisa levou-me a outra interrogação que bem vos podia sugerir outro post:
"Do Female Suicide Bombers Also Want Virgins?"
http://www.nigerdeltacongress.com/darticles/do_female_suicide_bombers_also_w.htm
Eu cá,concordo contigo, Miguel.
A ter que escolher, sempre preferiria as mulheres-bombas às virgens. Tipo MTV, claro.
Boa, Xá Verde, afinal és um verdadeiro Xá! Isso é que é pesquisar, por enquanto só me questiono... ainda não passei à fase de encontrar respostas!
Pereira S, por aqui não há perseguições de espécie alguma, há só concordânias, discordâncias e assim assim, sem necessidade de extremismos. És sempre bem-vindo, mas sem prometer concordar.
Miguel, ora essa..
O discurso de Pereira S pode ser francamente assustador: crime e castigo! Cá se fazem cá se pagam. Quem vai à guerra dá e leva. Mal com mal se paga. (distorções assumidas)ETC. Assustador porque assume a violência como uma moeda de troca e uma inevitabilidade. É o destino?
Fundamentalismos. ataques vigorosos e vergonhosos à liberdade, de todos os que insistem na ideia de que é preciso matar, ferir e estragar, para afirmar uma posição, seja quem for e venha de quem vier. No fundo, uma cobardia: a falta de capacidade, ou o medo, de apresentar ideias e convicções pacificamente, e fazê-las respeitar pelo valor que têm.
ó xá, estou maravilhado!
É do açucar, amigo.
Mexo muito e fico assim... Cheio de pedalada. Mas é para esses excessos de energia que se existe "a bicla", certo?
Faz amanhã 500 anos, número bem redondo, que se deu ao início do massacre de cerca de 4.000 judeus, homens, mulheres e crianças, na cidade de Lisboa - ver em http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Lisboa_de_1506) A matança decorreu durante 3 dias.
Na altura viveriam em Lisboa cerca de 20.000 pessoas. Isto significaria hoje, atendendo a população actual de Lisboa, a cerca de 100.000 pessoas!!! 1 em cada 5 das pessoas que vivem em Lisboa seria morta... no meu prédio, pequeno prédio em Alvalade, 3 pessoas seriam mortas.
Neste massacre, foram mortos muitos, mas mesmo muitos, burgueses (endinheirados claro), mas também muita gente de cultura e ciência.
Se notarem bem, este massacre, que seria um marco na história de Portugal, dado a sua dimensão e dado ser completamente infeliz, não aparece referenciado nos escritos da época e muito menos nos nossos manuais de história. É mais ou menos como se os alemães apagassem o holocausto.
Não sou judeu, nem coisa alguma em matéria de religião, mas se há povo/religião perseguido na história deste planeta, este é um deles. Infelizmente.
Felizmente os muçulmanos árabes, e também de outras regiões do globo, são-o bem menos.
Uma pergunta: Hoje com a racionalidade que nos caracteriza, europeus e outros povos também, para que servem as religiões? Para justificar a guerra?
Amanhã há uma concentração na baixa pombalina de Lisboa em memória destes judeus massacrados.
Eu vou.
Não pelos Judeus, apesar de neste caso concreto o merecem (e noutros também), mas sim pela paz.
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