poli
outra coisa que me transcende, é a passividade com que a "land of the free, home of the brave", lida com certas seitas, nomeadamente esta rapaziada, que constituem uma comunidade fechada, em Colorado City, à volta do seu lider e profeta, Warren Jeffs.
este gado, promove a ignorãncia entre a população, especialmente a feminina, que privada de escolaridade, apenas aprende a cozinhar e a tratar dos filhos. estes, devem ser muitos, o maior número possível e estão impedidos de chorar, para não perturbarem as cerimónias religiosas e sob pena de castigos inexplicáveis.
é promovido o medo e aversão ao mundo exterior, explicado como blasfemo, pecaminoso e perdido.
acresce dizer que se pratica, obrigatoriamente, o mais fundamentalista princípio de poligamia, aliada aos casamentos de adolescentes com homens com o triplo da sua idade.
nada me move contra a poligamia, pelo contrário... aliás, a Europa, dá já o exemplo, com a abertura à possibilidade de casamentos polìgamos de livre vontade, na Holanda.
em colorado city, é diferente, são ginjas de 60 anos que vão casando sucessivamente com raparigas de 15, que após esse momento fatídico, deixam de viver e passam a fábricas de procriação. cheira-me a crime.
não, não é no Uganda, é no Arizona.
7 comentários:
Donos de um sentido prático tremendo, estes compraram o seu próprio paraíso. O bando do Jeffs controla quase todo o território entre Colorado City, Arizona e Hildale, Utah.
Qual paraíso, é lá na terra que vão gerindo sua quota de virgens...
Já agora, a propósito da "passividade que te transcende", lanço uma adivinha:
Quais foram os resultados das Presidencias americanas nos Estados onde vivem estes estarolas?
Para quem não adivinhou, deixo pistas:
http://www.cnn.com/ELECTION/2004/pages/results/states/UT/ e http://www.cnn.com/ELECTION/2004/pages/results/states/AZ/
E há mais, muito mais... sempre com base na maldita distorção da religiosidade, que em si não tem nada de mal (bem e mal...? não é por aqui!)
Os valores só podem equacionar-se face a algo e num contexto determinado, pedendo sentido em abastrato. Neste caso, a nossa crítica ou o juízo
moral, que é base do Direito, apenas faz sentido se compreendermos como vive quem vive e aceita viver assim. Será que no contexto de tal seita, os seus membros saberão que há alternativas? Como sobreviver na alternativa para quem está "formatado"? Complicado...
te garanto, Miguel, que as jovens não têm menos de 18 anos. E te garanto, também, que a polícia está a tentar atacar esta seita muito agressivamente.
Mas nos States – de facto home of the free – os direitos individuais, mesmo com Patriots Acts e leis do género, são muito mais protegidos que na Europa. E as ditas seitas têm muito mais espaço legal e na própria consciência libertária colectiva da América para este género de divagações (especialmente nestes estados mais para oeste).
Os mesmos argumentos que tu tão eloquentemente utilizas em determinadas situações, podem ser empregues ipsis verbis na defesa desta seita. Ora experimenta lá.
a mim não me garantes nada porque eu vi que as raparigas não têm 18 anos.
se calhar achas que inventei para te chatear... enfim.
vi um documentário sobre especificamente esta seita, bem como um caso real de duas raparigas que fugiram, na sic mulher.
os argumentos que uso em outras situações não são passíveis de aplicação a abuso sexual de menores, poligamia não-consentida ou exclusão de crianças do ensino, que são crimes, sabias?
liberdade religiosa, de expressão ou pensamento é diferente de prática criminal.
é um facto que isto se passa nos eua. so what? as miudas são "not so free" e os abusadores são "not so brave"...
nos eua, como na europa, nem tudo é bom, nem tudo é mau. mas é giro ver que num caso destes, consegues comentar uma prática criminosa com, primeiro pondo em causa o que eu digo, segundo despropositadamente comparando a defesa das liberdades na europa e nos eua(?) e terceiro, insinuando que eu, contrariamente ao que eu próprio possa pensar, deveria defender esta malta...
delirium confusum
quanto ao substrato da coisa, nicles...
Para existir liberdade, há que experimená-la, e asseguro que nenhum membro de nenhum grupo destes, que é coeso e que mantém uma estreita regulação social sobre o comportamento dos seus membros, permite essa liberdade. Concordo que o Estado só pode interferir na vida privada em circunstâncias muito especiais, mas estas meninas e meninos quando nascem não escolheram viver rodeados de "loucos" nem tiveram outras opções. Claro que este argumento levao ao extremo levar-nos-ía por outros caminhos, e seria distorcido. Mas não fales em liberdade, muito menos nesse país, onde a reprodução do status quo, de "cada macaco no seu galho" é um orgulho nacional e a excepção (rara) o apregoado "self made man".
miguel,
nos states é ilegal e fortemente perseguido (com prisão por vários anos) qualquer relação sexual com jovens de menos de 18 anos. É crime, e o crime nos States é perseguido. Mais que em Portugal. De modo que a tua frase com que abres o post: "outra coisa que me transcende, é a passividade com que a "land of the free, home of the brave", lida com certas seitas" ser basicamente errada. Não há passividade e, repito, se a seita está a infrigir a lei (como sexo com menores) então de certeza – a tal expressão "te garanto" que tanto te irritou – que a seita está a ser perseguida agressivamente e processada pelo ministério público.
outra coisa é o contexto histórico em que comunidades fora da norma são aceites nos States; e aí volto à questão libertária, muito mais arreigada no "Arizona que no Uganda"; isso é de facto "home of the free" e para o bem e para o mal é uma característica muito americana, e explica porque há alguma relutância em condenar práticas fora do comum (que não sejam crime, ponto muito importante, e explicado no parágrafo anterior)
na minha cabeça é claríssimo que esta malta tem que ser perseguida (nem me passou pela cabeça ter que o dizer!!!!!!!!!); o que eu tenho a certeza é que esta malta está a ser perseguida nos US.
Eu sou um libertário moderado, acho que o Estado deve intervir o menos possível, mas pode e deve intervir em assegurar que os cidadãos são protegidos de abusos de poder de várias ordens – económicos, de descriminação social, etc, etc. É uma posição ridicularizada por alguns como de "politicamente correcta".
"te garanto, Miguel, que as jovens não têm menos de 18 anos."
foi o que escreveste.
quando falei na passividade, referia-me ao tal documentário, que mostrava raparigas claramente sub-18, e membros da comunidade, que incluia, pasme-se o county xeriff e policias.
só posso falar disso, do que me mostraram.
eu também defendo a intervenção do estado na defesa dos cidadãos. este é um bom caso.
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