A Criminalidade Crescente
Num jornal nacional da TVI há uma semana, a pivot começa a entrevista com: "Para fazer face à criminalidade crescente". E eu, deitado no sofá: "Crescente? Mas porquê crescente, há números que apoiam essa afirmação?" Ela ignorou a minha pergunta e eu fiquei sem saber de onde vinha esse crime galopante que nos invade. Mas esta ideia de aumento de criminalidade está presente no colectivo português, justificando até medidas duras, como colocar câmaras nas ruas de Coimbra (recentemente discutido na Bicla).
Hoje os números oficiais dizem que a "criminalidade crescente" diminuiu galopantemente 5.5%. Ah, esta mania que os dados têm de se imiscuir nas nossas mais convictas percepções.
5 comentários:
ok, mas a diminuição foi ao nível de crimes que, apesar de graves, não são os que poderiam servir de justificção às câmaras nas ruas (se é que existe uma justificação lógica). Menos criminalidade violenta, económica e juvenil, muito bem. mas e o tráfico de droga (que acarreta todo o tipo de crimes), os furtos e roubos, as burlas de todo o género, o fogo posto, etc, etc, etc, a que podemos estar sujeitos diariamente? desses, crescem os processos em cima das mesas do Ministério público, como cogumelos.
mas sim, os jornalistas exageram nos lugares comuns (quanto maior a crise, maior a criminaidade....). Não deviam, deviam era cinjir-se a números concretos. Mas a TVI, especialmente, alimenta-se de alarmismo... não se podia esperar outra coisa.
Os jornalistas. A minha grande paixão.
Vá-se lá saber porquê...
Uma das coisas que mais impressão me faz é a falta de consenso, rigor e exatidão na apresentação de dados e estatísticas, quer seja efectuada por jornalistas, políticos e até mesmo por técnicos. Por outro lado, essas disparidades chegam a ser gritantes e por vezes antagónitas, passando-me pela mente a seguinte questão: se os técnicos e os políticos não estão de acordo com os números e as estatísticas mais essenciais como é que eles conseguem resolver os problemas que enfermam a sociedade?
Pode parecer um problema menor e muitas vezes passar despercebido aos olhos do grande público, mas para mim é uma questão vital que as pessoas estejam de acordo em relação aos números, para assim atacar os problemas da melhor forma possível
Esta gente fala sem nada saber nem querer saber (este é o problema), e tecem juízos de valor sem fundamento a torto e a direito. Do mais habitual que há! Têm audiência e há quem lhes pague para isso.
Depois, há frases feitas que ficam bem, e simplesmente por isso, são aplicadas independentemente do contexto as contrariar.
Eu reservo-me o direito a opinar, mas esta gente não pode nem é isso que se espera deles. Será que conhecem os seus princípios ético-deontológicos?
Por acaso é chato quando a realidade dos factos desmente as nossas ideias pré-concebidas e baseadas em dados superficiais.
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