solidariedade compulsiva
O nosso sistema de protecção social baseia-se no princípio da solidariedade obrigatória. Também considera todos como irresponsáveis à partida, incapazes de se proverem numa situação impresivível de necessidade. Se bem que não se afigura alternativa viável para um sistema tido como universal, estas ideias que levam o Estado a substituir-se plenamente aos cidadãos sempre me fizeram um pouco de confusão. Mas entenda-se que sou uma contribuinte feliz para o sistema (porque partilho dos seus valores de base) e raramente sou beneficiária.
Mas partilhar dos valores não me faz concordar com a forma como se operacionaliza o direito. O cálculo das pensões sempre foi algo que me baralhou por uma série de razões, mas particularmente por considerar que igualando a pensão à remuneração do trabalho estamos a desvalorizar o trabalho. Tão simplesmente por isso. Este ano foi particularmente penoso ver o pessoal da função pública a correr desenfreadamente por uma reforma antecipada. É o que se chama "risco moral", a que chamo "imoralidade egoísta", mas compreendida atendendo à expectativa criada pelos anos de "imoralidade do direito". Veremos o que o futuro nos reserva.
1 comentário:
Consciência Social. É o que falta neste povo. Nos que não pagam, e nos que só pensam em receber. E cada vez se acentua mais, nestes dempos de crise, o mote "ó Abreu, dá cá o meu", é que interessa. Não sei se o novo sistema de cálculo vai concretizar a igualdade, continuo céptica e a achar que ficarão a ganhar sempre os mesmos.
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