11.5.06

U ranking


Tropecei nestes dois rankings (aqui e aqui) de universidades de todos os lugarejos do mundo e antes de discorrer sobre conclusões precipitadas, análises profundas ou comparações descabidas (deixo para vocês, doutos comentadores de assuntos académicos), apresento apenas alguns factos, independentemente dos métodos utilizados:

01. esmagadora superioridade das instituições americanas (85 no top100 mundial);
02. domínio das universidades do norte da Europa, no top 100 europeu, sobretudo inglesas;
03. nenhuma universidade portuguesa no top 100 europeu ou nas primeiras 400 do mundo: instituto superior técnico de lisboa em 438º, universidade do porto em 447º e a universidade de coimbra em 461º.
Em suma, 7 (sete) universidades portuguesas no top 1000.

A minha está num modesto... 1233º mundial, e vá, escusam de fazer humor fácil ou piada óbvia, do tipo: “isso explica muita coisa, miguel...”
sff.

7 comentários:

S Guadalupe disse...

pois... tinha uma ideia. não sei como cruzar rankings mas a Univ de Aveiro está nos tops portugueses. Explicações simples: nível de produção científica em relação à massa crítica existente. I.é, número de artigos por prof.

Problemático é existirem poucas revistas científicas portuguesas (e muitas menos com referee... e muito menos cotadas na classificação internacional), pouca gente a publicar em locais ditos válidos.

Enfim... que bem se está no campo ou no canto!

efvilha disse...

Olá!
Se esse é o perfil das vossas faculdades, imagine, então, as nossas aqui do Brasil!
Sinceramente? Eu não sei.
Alguma delas apareceria entre
as 10.000 melhores do mundo?
Eis uma questão a ser respondida!
Saudações, desde aqui do meu distante Brasil.
http://sonetosesonatas.blogspot.com
Evaristo

miguel p disse...

carissimo evaristo
tens a universidade de s.paulo num honroso 117º e a de campinas em 254º, do mundo!
abraço e saudações deste lado do rio

S Guadalupe disse...

Evaristo, a PUC SP é uma das univ. de referência mundial na minha área (Serviço Social)

Anónimo disse...

Isso explica muita coisa, Miguel...

tiago m disse...

Como qualquer ranking os problemas metodológicos são enormes; basta aliás ver que as duas listas têm composições bastante diferentes. Na primeira a investigação é o mais relevante (papers per capita, publicações Nature e afins, prémios Nobeis e Fields medals) e o domínio das Universidades americanas é menos acentuado. Na segunda lista, baseada em medidas conectividade na Internet (conceito muito curioso – webmetrics), o domínio americano é total.

Independentemente das metodologias, não restam dúvidas que as universidades americanas dominam. De acordo com a percepção que os US continuam à frente em investigação, dinamismo e inovação, e continuam a atrair os melhores cérebros. Não vai ser fácil acabar com este imperialismo yankee; é também uma questão de tamanho do país e de mobilidade; para um americano, indiano, chinês, europeu, San Francisco ou Nova York são alternativas uma à outra para um próximo passo. Pelo contrário na Europa, pouca gente considera Lisboa como alternativa a Madrid – e elas estão muito mais próximas fisicamente. A língua, claro, é outro problema; enquanto não houver uma língua comum na Europa, que não seja língua-mãe de ninguém, mas entendida por toda a gente (esperanto?), a malta que fala inglês desde pequenino está sempre em vantagem.

Quanto a Portugal, parece-me claro que o Técnico é a melhor universidade portuguesa em investigação. Excepto, claro, que o Técnico não é uma Universidade, o que revela bem alguns dos problemas destes estudos.

Coimbra continua a ter possibilidades endógenas de ter uma excelente Universidade. Tem-se mantido à tona da água. Mas para ser um pólo de vanguarda e modernidade precisa de grandes reformas. Agressividade, ambição, capacidade. Em muitos nichos tudo isso existe, mas não há uma estratégia global e focada em objectivos claros e modernizadores.

Deixa lá Miguel, nós gostamos de ti na mesma.

S Guadalupe disse...

Tens razão Tiago.
Veja-se a produção científica ímpar.
O ranking português é liderado por Aveiro, baseado no critério de produçao científica por professor. A UA tem poucos cursos e docentes (ambos jovens e dinâmicos na maioria). Deve ser disso.

À UC falta-lhe tudo e mais alguma coisa. O que tem a mais (peso e tradição) sufoca o que tem a menos (e isso já está identificado atrás)