cegos, surdos e, sobretudo, mudos
Maria Filomena Mónica, a propósito do livro Dicionário Biográfico Parlamentar, que coordenou, contra o seu estilo (confessa que detesta trabalhar em grupo), comentou ontem na SIC Notícias a nulidade do sistema parlamentar actual e do desempenho dos deputados. Assinalou que apenas um deputado esteve presente no lançamento do livro que foi encomendado pelo próprio Parlamento.
Os deputados "dizem que sim, levantam-se, sentam-se, raramente abrem a boca". "A maneira mais fácil de subirem na política é através da sua subserviência aos chefes partidários" e não pelo seu mérito ou capacidade.
Fala da paridade com enorme desconfiança, dizendo algo parecido com isto: "nunca saberia se teria sido eleita porque merecia essa confiança por parte do povo, ou porque era aquela loira que ali estava e havia necessidade de mais uma para completar as quotas".
Admiro pessoas assim, mas tenho a certeza que elas nunca chegam ao poder, pois são um perigo porque demasiado inteligentes e críticas, por um lado, e incapazes de vende-se, por outro. E estes são dois requisitos essenciais para subir a escada!
10 comentários:
Também acho que o actual sistema parlamentar é uma fraude. Basta o facto de quase nenhuns deputados votarem contra o seu partido para provar que eles estão lá a fazer muito pouco e seguramente não estão a representar quem neles votou.
Já não estou tanto de acordo que não seja possível fazer mais. Se a Filomena Mónica fosse deputada (e provavelmente até foi) podia mudar bastante coisas; bastava votar de acordo com a sua consciência para ser notícia e usar esse tempo de antena para falar do papel da independência dos deputados; já era qq coisa…
não foi, nem me parece que o queira. Ela defende que, apesar de todas as perversões, o sistema uninominal seria muito mais eficaz. Aí talvez...
Mas tem a experiência de ser ex-mulher de um ex-deputado que também se deve ter cansado... acho que ela foi casada com o António Barreto.
Mas como ela diz que não tem feitio para trabalhar em grupo... não estou a ver.
Há quem tenha já feito o "chamamento" de MFM ao parlamento
A mim o que me chateia é pagarmos todos impostos para que se paguem os ordenados que se pagam a estas plantas decorativas comedoras de moscas, sem lhes exigir nem sequer exclusividade profissional, para que beneficiem de todas as comodidades da posição de deputado e não façam a ponta d'um corno. (desculpem a expressão).
Mais uma vez (tem que ser, sorry lá) viva o DC. E a MFM tb.
Uma mosca sem valor
Pousa com a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer procaria
No início dos anos 40, perguntaram ao António Aleixo, o que é que ele achava da classe política portuguesa, ao que ele repentina e acertadamente responde de imediato:
Há tantos burros mandando
em homens de inteligência
que às vezes fico pensando
que a burrice é uma ciência
A coincidência do sobrenome leva a perguntar: por acaso és da família?
Bleu, adorei "as plantas decorativas comedoras de moscas". É há muitas mais metáforas
s guadalupe, não sou da família do grande Poeta, mas sou seu admirador confesso. Por outro lado, sou sim da família do professor que o descobriu, o incentivou e lhe publicou os primeiros livros, professor esse que é meu tio avô e avô do Tiago M.
A esse também conheço a descendênca e um enorme retrato seu, por sinal um excelente retrato!
E escusavas de ser tão sincero!
nem de propósito... A ponte europa coloca post contra a ruptura da disciplina partidária levada a cabo por Manuel Alegre.
http://ponteeuropa.blogspot.com/2006/06/manuel-alegre-e-co-incinerao.html
Haja paciência para esta gente que adora carneiradas...
o pior é que já não há paciência nenhuma....
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