desrespeito, por quem?

carlos encarnação (CE), presidente da câmara municipal de coimbra, considera um desrespeito, que coimbra não tenha sido considerada como candidata a capital europeia da cultura, para 2012 e com isto define por fim a sua verdadeira dimensão e a dimensão da sua desfaçatez.
CE e o seu partido, são os culpados da proposta de entrega da (não) política cultural do concelho, mas sobretudo da cidade de coimbra, nas mãos do actual vereador da cultura.

duas vezes. com consciência e dolo.

a sua escolha indicia a vontade de remeter “isso” da cultura, a um âmbito meramente local e tradicionalista, de gestão de associações e eventos já existentes, sem brilho, sem rasgo e sem chama. sem ideias, sem dinheiro e sem a mínima capacidade ou vontade de receber, avaliar e apoiar propostas vindas de outros promotores. tem sido, isso sim, um permanente foco de mediocridade, de confronto e de dislate, merecendo até um espaço virtual de recolha das preciosidades que tal personagem vai prolixamente criando. cómico se não fosse trágico e que deve envergonhar também, em quem neles votou.

para além disso, CE remete a não-escolha de coimbra para uma eventual questão partidária ou então circunstancial, ligada á co-incineração. penoso, demagogico e indignante, para quem vive em coimbra e assiste à insignificante oferta cultural promovida pela autarquia, que pouco mais faz do que gerir os espaços existentes e ajudar a organizar feiras de cebolas, do mel, da castanha e do rancho folclórico. uma capital europeia de cultura, tem de ser mais do que isto.
tem de ter subjacente e a montante, uma forte e actuante dinâmica social privada e pública, nomeadamente em termos de renovação, requalificação e reconversão urbanas, de qualidade, de que Guimarães é um paradigmático exemplo, de há mais de dez anos para cá.
por coimbra, vemos o que CE fez de recuperações na alta. nada. ou então, o que fez na baixa. outro tanto, ou então demolições para um metro sem projecto. para não falar do teatro da cerca, desconhecido de grande parte dos conimbricenses, feito e fechado e do museu dos transportes, aspecto que orgulha o vereador, ao demonstrar-se "vivo" por ter uma placa na porta.

CE está habituado a ter, infelizmente, desde que assumiu a câmara uma série de coisas como certas: investimentos do poder central, que transforma em seus, depois de os contestar (polis, ponte europa e capital nacional de cultura); poucos ou nenhuns problemas com a cultura (em banho-maria, por incapacidade de relacionamento de promotores culturais como o TAGV, CAV, companhias de teatro, etc. com o responsável pelo pelouro) e sobretudo com a conivência do pcp (vodka laranja), e de uma oposição inexistente, muito fraca ou sem ideias por parte do partido socialista e do bloco de esquerda.

pacheco pereira tinha razão.

viva guimarães, que para além de tudo, é a terra da minha mãe.