19.10.06

votar depois da missa

com tantos feriados num ano, a meio da semana, agora lembrem-se de deixar marcar o referendo pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez, para um domingo...
em relação a este assunto, nunca é demais relembrar a resposta afinada da natália correia, no debate sobre o assunto em 1982, na altura deputada do psd, em resposta ao deputado joão morgado do cds, que tinha declarado "A igreja Católica proíbe o aborto porque entende que o acto sexual é para se ver o nascimento de um filho", disse-lhe isto:
"já que o coito diz morgado
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menino ou menina
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca truca,
sendo só pai de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou parca ração! uma vez.
e se a função faz o órgão diz o ditado
consumado essa excepção,
ficou capado o morgado."

8 comentários:

S Guadalupe disse...

já estão a cometer o mesmo erro 2x, porque não ser tudo igualzinho... Replay! Já me cansa esta palhaçada. Sou contra o referendo, não por ter medo do resultado, mas por ser um tema pouco revelevante para o Estado para uma nação perder tanto tempo e dinheiro com isto. É muitíssimo relevante, sim, noutra esfera.

Só o dinheiro dos boletins de voto dariam para tanto...

Deveriam perder tempo em pensar como promover uma sexualidade saudável e responsável. Isso sim!

miguel p disse...

a promoção e sensibilização é outra coisa.
há uma questão prática para resolver, que é o facto de haver uma lei que manda meter na cadeia por 3 anos, mulheres que abortem.

S Guadalupe disse...

Que decidam. Têm um mandato para isso. E não me venham com questões de ética ou de moral...

esta discussão foi deliciosa. faz parte das minhas memórias... a minha irmã decorou-a e andava sempre a dizê-la...

miguel p disse...

a questão de resolver a coisa em referendo não tem nada de moral ou ética, é puramente uma questão política: de sustentabilidade política do resultado para posterior aplicação. a maioria da assembleia da republica é suficiente, mas isso é puramente circunstancial e volátil e as suas decisões (desta maioria e de qq outra) também, pelo que mal por mal, o prazo de validade de um referendo sempre é, tacitamente, superior a uma simples legislatura.

S Guadalupe disse...

Parece-me que se prende com o facto de ter existido um referendo anterior, com o resultado que teve (ainda para mais). Havendo o precedente, qualquer alteração à lei deveria ser feito nessa circunstância. É, assim, e nesta perspectiva, uma questão de ética política (se é que isto existe, eh eh eh). è assim que vejo a insistência na via referendária. Ainda assim, acho uma asneira, como o foi da 1ª vez, com contornos intra PS que roçaram a bizarria.

Anónimo disse...

A rica tem nome fino
A pobre tem nome grosso
A rica teve um menino
e a pobre pariu um moço

Anónimo disse...

(...)
a rica é descompensada
a pobre é uma puta

Sofia Melo disse...

Então vamos lá ver: da outra vez, ganhou o não, e agora há uma segunda volta para ver se calha o sim. e depois? vai haver uma melhor de três? Devia!!! se o objectivo é fazer referendos sempre sobre a mesma coisa até que ganhe o sim, porque não decidem logo e se deixam de parvoíces e de gastar o nosso dinheiro em inutilidades??? ridículo. Houve um referendo antes. ganhou o que ganhou. querem despenalizar, tomem a decisão política, dêem a cara e despenalizem. chega de palhaçada e de pôr sempre a culpa no cidadão, que tem mais q fazer que aturar isto.