2.2.06

O mundo árabe indignou-se com a publicação no Jyllands -Posten de uma série de 12 cartoons executados por cartoonistas dinamarqueses, ilustrando Maomé. Segundo o Islão, a reprodução da imagem do profeta é proibida e considerada uma blasfémia. Maomé foi o profeta que deu origem à civilização mais desenvolvida do planeta durante 400 anos. Os muçulmanos foram brilhantes na escrita, na arquitectura, na navegação, na agricultura, na matemática, na arte e em muitos outros campos. Hoje em dia, aos olhos do mundo ocidental, a cultura da abertura, da tolerância, da beleza e do desenvolvimento personificada por esses 400 anos esplendorosos não passam de uma sombra do passado e, em determinados pontos, representam a antítese da cultura árabe medieval. Os cartoons da discórdia podem ser vistos no The Brussels Journal.
fernando v

10 comentários:

Anónimo disse...

Vais desculpar mas nao posso concordar. Em boa verdade te digo que ainda hoje os muçulmanos revelam, em certos traços, uma sabedoria ancestral inexcedivel:
Usam umas barbas porreiras para quem nao quer perder muito tempo de higiene pessoal de manhã.
Usam umas cenas na cabeça que resultam em magnificos locais para esconder a carteira e cartoes de credito (para alem de esconder o cabelo mal lavado e consequente piolhada resultante de pouco tempo de higiene pessoal de manhã)
Usam longos vestidos meio amaricados mas que proporcionam uma maior flexibilidade em momentos de aperto (coçar antes de cuspir, coçar antes de arrotar, e nao me falem mais de higiene pessoal de manhã)
Obrigam as gajas muçulmanas mais feiosas a andarem tapadas da cabeça aos pés porque de manhã nao podem perder muito tempo com higiene pessoal se querem apanhar boleia do marido.
E foi este o povo que aprendeu a usar a agua !!!! anda uma civilizaçao inteira à nora e ao picanço e quem se lixa é o burro...

Anónimo disse...

Em boa verdade vos digo que nem o mais fervoroso conservador muçulmano, cheio de capilos nas fuças, estridentemente vestido e bem aparelhado de turbante, se sentirá mais irado do que eu ao deparar com uma pista de carros de choque na Praça da República.
E as farturas da tãnia senhor?
E o algodão doce?
E os carroceis?
E os matraquilhos?
E as cadeirinhas?
E o frango assado, caldo verde e sardinhas na brasa?
E a barraca dos tirinhos?
E a venda de produtos de barro?
E o Car.... que os F... a todos, bando de campónios abusadores, de mau gosto empedernidamente tacanho e obsoleto?
E se em vez de choque tecnológico o Eng socrates lhes desse um valente choque electrico?
E se o vereador da cultura que recusa apoiar teatro em Coimbra metesse os papeis para a reforma antecipada alegando senilidade?
E se parassem de viabilizar concertos dos dzrt, doce, marco paulo, emanuel, para encher os bolsos de alguns mamistas?
E porque nao montar o Circo Mundial na Praça Oito de Maio, pois se ardeu o urso, ainda cá ficaram alguns palhaços e camelos?
Já me sinto vivente na terceira cidade.
Obrigado poder autarquico.
Esta consegue bater a das rotundas em granito.
Só falta o jacto de Mirandela que nos tentaram impingir vai para uns anitos.
Obrigado

tiago m disse...

eh eh eh; ouve (pouco) anonymous: tu aparece por aqui sempre que possas; o nosso blogue vai passar a ser o mais visto só para ter ver os teus comentários!

tiago m disse...

discutindo o assunto do posting: há comentários a este assunto na Europa que quase parece que os muçulmanos não têm o direito de se expressarem contra os Cartoons! Dando como óbvio que a liberdade de expressão tem de ser garantida, tb tem de ser para os líderes religiosos dizerem que não querem representação de Maomé.

Li no Público uma entrevista mto elucidativa de como tudo isto começou; um jornal dinamarquês de direita decidiu publicar os cartoons, com o objectivo explícito de (parafraseando) "humilhar, provocar e agitar" os muçulmanos indo contra o seu preceito religioso de representar Maomé. Ou seja tudo começa com uma provocação explícita. Não é a liberdade de expressão possa ser posta em causa, mas que tudo isto cheira a um conflito civilizacional muito provocado, lá isso é…

miguel p disse...

a liberdade de expressão e o respeito pelas convicções religiosas são direitos de todos... mas só no ocidente! se houvesse liberdade de expressão no mundo árabe, os cartoons poderiam ter sido feitos em qualquer pais do médio oriente ou na indonesia. não foram, foi na pacata e ordeira dinamarca. e neste caso, como no de rushdie, do realizador holandes assassinado, como no "je vous salut marie2, como na "tentação de cristo", como no "evangelho segundo jesus cristo", etc. a liberdade de expressão e o respeito pelas convicções religiosas não têem a mesma relevância e tem sido sinal de avanço civilizacional optar. eu estarei ao lado da liberdade de expressão as vezes que forem precisas, contra a intolerância, a ignorância e o fanatismo.

tiago m disse...

essas grandiloquentes frases sobre a liberdade de expressão são todas impossíveis de refutar

mas tb é impossível de refutar que um jornal tablóide de direita decidiu pressionar um botão complicado e esperar que o caos se instalasse; e o caos instalou-se

a minha opinião é que se podia ter outro discurso, sem negar que a liberdade de imprensa é fundamental, mas dizer por exemplo, ao mesmo tempo que a provocação gratuita não resolve nada, e que é legítimo que os muçulmanos se sintam ofendidos com isto

muito do mundo muçulmano tem países atrasados, retrógrados, sociedades com poucos direitos, desiguais, injustas e que por tudo isto se sentem ameaçadas com a modernidade; o Ocidente pode actuar com jeitinho e ajudar (como com a integação da Turquia na União Europeia) ou pode escolher meter-se nos seus tamancos e — na minha opinião… — não ajudar nada

miguel p disse...

a liberdade de expressão é realmente impossivel de refutar. ponto.
o el pais e demais jornais europeus são tablóides de direita?
dizer que é preciso ter cuidado para não ofender fanaticos, é cobardia. podes dizer que é eloquente e quixotesco. os direitos humanos também pareciam antes da declaração universal.
os muçulmanos podem sentir-se ofendidos, como é óbvio. queimar embaixadas não me parece a única e mais óbvia forma de reagir. e não, não estão legitimados para o fazer. ajudar alguém pressupoe a disponibilidade dos dois lados... na visão de fanáticos, quem precisa de ajuda és tu...

tiago m disse...

Jorge Sampaio chama a atenção para a "liberdade dos outros"

O Presidente da República, Jorge Sampaio, comentou a declaração saída do encontro de Dresden, em que participou, sublinhando que "não há concessões em matéria de liberdade, mas quando exprimimos a nossa liberdade também temos de ter em conta a sensibilidade e as liberdades dos outros e as suas concepções". Sampaio sublinhou: "Isso aplica-se normalmente e, no contexto actual, particularmente carregado no que respeita às difíceis relações entre determinadas fés, exige uma responsabilidade acrescida".

miguel p disse...

vasco pulido valente. PÚBLICO. sábado.

tiago m disse...

um artigo interessante para compreender a mecânica dos processos e como passou da Dinamarca para o resto do mundo; toda a gente a aproveitar este ponto para marcar a sua posição – o caminho comum cada vez mais longe…

http://www.nytimes.com/2006/02/09/international/middleeast/09cartoon.html?hp&ex=1139547600&en=578cb46567d732ae&ei=5094&partner=homepage