14.3.06

Ramos Horta hoje, 15h00, Fac Economia

Ramos Horta vai dar hoje uma conferência no auditório da Fac Economia às 15h00. Uma oportunidade para perceber um pouco melhor esta coisa estranha de Portugal continuar a ter uma ligação tão forte com um país a muitos, muitos, muitos milhares de quilómetros.

4 comentários:

Anónimo disse...

Liga-nos a história, que teimamos em não deixar esquecer; liga-nos um sentimento de culpa por não termos conseguido lidar, ao mesmo tempo, com mudanças em casa e a tão longa distância;
liga-nos o remorso por acharmos que podíamos ter feito alguma coisa, para que aquela gente não tivesse sofrido tanto;
liga-nos a língua, só falada pelos mais velhos e que teimamos em ensinar aos outros;
acho que nos liga, acima de tudo, uma vontade de futuro comum por todo o afecto que sentimos e não sabemos porquê.
Digo isto porque eu não sei nada de finanças, mas há quem saiba que há lá petróleo.

Sofia Melo disse...

Culpa e remorso. Talvez isso explique muita coisa nesta irmandade, concordo. Petróleo... isso é que já não sei. Se houvesse informações mesmo concretas sobre esse assunto, de certeza que os EUA já sabiam e já lá tinham ido meter o bedelho, não?

Anónimo disse...

Os EUA não, mas o contrato está assinado com a Austrália... Desde logo! Não devem ser trocos, tendo em conta o investimento feito no país! Este país para mim... significa terem-me "roubado" dois amigos. Curiosamente,. quanto mais sei acerca do povo, e da sua cultura, menos admiração e respeito tenho por eles. Para além disso, são excessivamente TRISTES! Mas, um dia, quem sabe.. lá irei!

Anónimo disse...

Tratando-se de finanças e, nomeadamente, de petróleo, não me parece que os EUA deixem de cultivar a amizade com os seus parentes anglo-saxões. Já a Austrália, não é propriamente um exemplo de caridade, no que aos timorenses diz respeito.
Quanto ao povo, de facto não são uma cambada de coitadinhos alegres.
SG, vai lá logo que puderes porque, ainda que desiludida com o teu estereótipo sobre o que os timorenses deveriam ser (pelo teu discurso não me parece muito diferente do que o que eu tinha), és capaz de gostar de ver um povo orgulhoso (mas depois de gerações e gerações de ocupação e de tanta barbárie parece que foi o que lhes restou - can you blame them? Não serias tu também assim?)
Tristes? Não tenho a certeza. Uma certa dose de resignação e de acomodação ao que a vida lhes proporciona, talvez. Se tiveres a sorte de seres convidada para as festas que duram a noite inteira, longe dos olhos dos estrangeiros que vieram ajudar a reconstruir o país (os novos colonizadores), talvez possas rever o conceito de tristeza do povo maubere.
Não têm espírito de coitadinhos, são pessoas iguais a todas mas com carências graves, a vários níveis (acho que a quase todos).
Talvez por precisarem nos mantemos tão ligados a um país a muitos, muitos, muitos milhares de quilómetros de distância. E será também afecto.