17.4.06

do manual à cábula digital

manuais, sebentas, compêndios, resumos, resuminhos e outros que tais. Discutiu-se muito hoje em torno dos manuais escolares, "porque isto e porque aquilo". Nunca pensaram em acabar com tal coisa? Depois estranhamos que meninos e meninas cheguem às faculdades e perguntem - "qual é o livro?". O, repito, o livro?!? Ou noutra versão: "está nas fotocópias"? Como não há resposta (satisfatória) a tais perguntas idiotas, toca do pobre estudante a fabricar o seu próprio manual, sendo por vezes mais manual que outras. Mais um aninhos e poderei arriscar a abrir o museu da cábula.

3 comentários:

Sofia Melo disse...

antes de inventarem a moda dos cacifos nas escolas, onde se guardam os livros todos, e se vão tirando à medida que se precisa,andámos a carregar pesadas mochilas de compêndios às costas, em risco de danificar a postura para a eternidade. Livros que, passados uns poucos anos, passavam a objectos de museu. Tanta fonte de informação online, tanta tecnologia, não seria possível arranjar uma forma de evitar esta guerra do livro escolar? E tens razão: na faculdade, os "livros" têm 500 anos, estão escritos em língua estrangeira, ou nem sequer existem, e a malta desenrasca-se. mais uma para o simplex...

S Guadalupe disse...

o problema está precisamente nas formas de desenrascar-se. Mas há mais:
1) os manuais têm os conteúdos arumadinhos, por ordem, com índices a consultar;
2) os conteúdos estão "mastigados" por alguém de óptimas intenções;
3) evitas pesquisar, se "está lá tudo";
4) para quê usar uma biblioteca, chegando mesmo a desconhecer-se que existe lá na escola...
5) etc
No ensino superior, exige-se outra postura perante o conhecimento. Mas serão as coisas tão diferentes? Os conteúdos nunca estão num só livro, mas em várias monografias, periódicos mais generalistas ou mais específicos, etc. para chegar lá, há que olhar, pelo menos para a bibliografia recomendada pela disciplina. Mas ninguém sabe, nem quer saber. Os que vão às aulas tiram apontamentos e reproduzem-nos nos exames. Lindo sistema este! Quem dá erros, estuda pelos apontamentos cheios de erros e aprende.. a dar mais erros! Como se não bastasse, lembra-se de reduzir ao mínimo os seus apontamentos e leva-os no bolso (ou noutros locais, com várias versões) para os exames. Resultado: reprodução da burrice! É isto que queremos? Eu não! Mas a continuar a basear a avaliação em exames e... enfim... é nisto que dá!

Sofia Melo disse...

Eh lá!!olha que só quando comecei a ir às aulas da faculdade, e a tirar e usar os meus próprios apontamentos (lá para meio do curso...), é que comecei a fazer cadeiras à 1ª!!! só não conseguia era reduzi-los o suficiente para levar para os exames... é que ler livros de teoria desactualizados de 500 pág. era um bocado demais.. para além de um bocado inútil. Mas também acho que o problema é esse: avaliação centrada só em exames. Pode ser que mude.