20.5.06

Não É A Minha Selecção

Dois grandes motivos que no seu conjunto fazem com que a selecção Scolari não seja a minha selecção:

1) Na selecção Scolari os jogadores sabem que independente da sua forma ou da sua qualidade têm o lugar garantido. Não interessa se jogam, ou se há outros jogadores manifestamente melhores. É no fundo Portugal no seu pior, favoritismo, inércia, não reconhecimento da competência. Scolari não precisa de trabalhar, ver jogos de clubes até porque há "muitas situações em que tenho que acompanhar o presidente da federação em situações sociais". Junta-se a isto a arrogância, o paternalismo, a menorização dos portugueses.

2) Scolari não é português. Se a competição é de países, qual é a lógica que a pessoa mais importante da selecção seja de outro país? Devíamos ir lá de peito feito com o que temos no país; é até uma questão de fair-play e de justiça com os outros países. (Completamente diferente a situação de Deco ou Obikwelu que eu tenho todo o orgulho que ganhem troféus como portugueses -- eles são portugueses).

30 comentários:

miguel p disse...

tu, um multiculturalista, pareces dos amigos de olivença...
então e no europeu? era o scolari à mesma e se bem me lembro, até foste ver e vibrar nuns jogos, com cachecol e tudo...

não leves a coisa tão a peito, porque até o quaresma já percebeu que é bem melhor ir ao europeu de sub-21, jogar e ser a estrela, do que ir á alemanha e ser suplente de luxo, com direito a 10 minutos contra o irão.

Sofia Melo disse...

ora, ora. o scolari integrou-se tão bem na sociedade portuguesa, que depressa adoptou a política do lugar cativo. só por isso, é praticamente português.
Deixa lá, que o Mourinho ainda há-de chegar a seleccionador.
Para mim, o seleccionador até podia ser extraterrestre, se fosse para a selecção brilhar.

afonso disse...

pois ainda bem que não é a tua e a é a nossa...a scolari nunca vai chegar ter o melhor conjunto de resultados de sempre à frente da selecção nacional, o mérito há-de ser sempre de outros enquanto o filho da puta do Pinto tiver a mania que manda em alguma coisa e quando alguém tem tomates para não lhe ligar nenhuma, as hostes tremem...

toma lá uma amostra...claro que no brasil é fácil ganhar tudo, já sei...


2006 Qualificação para Mundial da Alemanha 2006 - Portugal
2004 Vice-Campeão Euro2004 - Portugal
2002 Campeão do Mundo Coreia / Japão 2002 – Brasil
2001 Taça Sul-Minas – Cruzeiro
2000 Torneio Rio-São Paulo - Palmeiras
1999 Taças dos Libertadores da América – Palmeiras
1998 Taça Mercosul - Palmeiras
1998 Taça do Brasil - Palmeiras
1996 Campeão Nacional do Brasil - Grémio
1996 Campeão Estadual Gaúcho – Grémio
1996 Recopa Sul-Americana - Grémio
1995 Taça dos Libertadores da América – Grémio
1995 Campeão Estadual Gaúcho - Grémio
1994 Taça do Brasil – Grémio
1991 Taça do Brasil – Criciúma
1990 Taça do Golfo – Kuwait
1990 Taça do Emir – Al Qadsia
1989 Taça Salmiya – Al Qadsia
1987 Campeão Estadual Gaúcho - Grémio
1982 Campeão Estadual de Alagoas – CSA

Anónimo disse...

Esta é a minha selecção! (como qualquer outra que use a camisola das quinas)
Vou torcer - espero que - até à final.
Não gosto do facto do treinador ser estrangeiro, também gosto do quaresma (rapaz muito jeitosinho e sabe dar uns toques na bola), e quê?
Vou usar os artefactos futebolisticos do costume e quero lá saber do Scolari!
Espero que a selecção ganhe!

tiago m disse...

eu sou um multiculturalista. mas o mundial é de países, e o Scolari não é português. É uma questão de se ir lá com o que se tem, até, como disse, de justiça em relação aos outros países. Eu não consigo compreender como é consensual que as selecções não podem ter jogadores estrangeiros, e ao mesmo tempo se ache normal que a pessoa MAIS IMPORTANTE na equipa já possa ser estrangeira. Não faz qualquer sentido.

segundo ponto: o meu problema com o Scolari não tem nada a ver com a sua competência, tem a ver com o seu método (quanto à competência tenho algumas dúvidas também, é verdade, no Brasil é fácil ser campeão e o Scolari teve de ser humilhado no europeu no primeiro jogo contra a Grécia para fazer o óbvio, por Deco, Ricardo Carvalho, Maniche, etc.)

ah, eu sabia que rapidamente alguém ia ligar esta conversa com o Porto e com o Quaresma. Mas o Quaresma é só um dos casos (o mais escandaloso, eu sei): o Moutinho, o Maniche, o Costinha, o Postiga, o João Tomás, o Pedro Mendes, dizem-vos alguma coisa?

São tudo escolhas que dizem que o importante é estar nas boas graças do chefe (Scolari) e não ser bom e estar a trabalhar bem. Se vocês querem ligar isto ao Porto, Pinto da Costa e etc, be my guest, mas era engraçado olharem um pouco além dessa guerra clubistica e verem que o Scolari representa o pior do velho sistema de favoritismo deste país (o que não deixa de ser irónico, claro).

miguel p disse...

em nenhum lugar do mundo a escolha dos jogadores é unanimemente consensual, nunca foi. a frança não leva o robert pires, a polonia não leva o saganowsky.
acho é realmente tortuosa e surpreendente a teoria nacionalista do comandante das tropas, mas nem a vou discutir... o mundial é de futebol, de competição desportiva tal como o europeu foi e como os jogos olimpicos são e esse paleio nacionalista é perto do deplorável, mais perigoso que a bandeira das moças...
não são confrontos inter-nacionais!
insisto: no europeu não eras tão esquisito e o homem já lá estava...

afonso disse...

desculpa Tiago, eu percebo as tuas razões...aliás neste caso são as tuas e as de 99% da população a avaliar pelas tertúlias que pululam por esses cafés e, agora mais, blogs...mas defendo exactamente o conceito de selecção de Scolari...todos os que lá estão é por mérito próprio, os critérios é que são distintos dos teus, numa coisa tens razão o Maniche não devia lá estar...;)..é, por muito que te custe, óbvio que a tua opinião e a de muitos está minada pela posição do FCP na história ou já te esqueceste do Nuno Valente e do Postiga, isso sim, um nojo...e no Brasil é fácil ser campeão, mas só há um por ano...

tiago m disse...

O critério do Scolari é escolher jogadores exclusivamente pela confiança que tem neles, um favoritismo impensável em desporto onde até há algum grau de objectividade. E eu não me revejo num grupo em que os melhores jogadores do país (Quaresma, Moutinho, João Tomás, Pedro Mendes) são preteridos por jogadores de que o seleccionador gosta. E que em muitos casos não jogam, jogam pouco ou estão completamente fora de forma. Ele tem todo o direito a fazer isso e eu tenho todo o direito de dizer que com isso ele transforma a selecção de Portugal na selecção do Scolari.

Miguel, para mim o treinador é a pessoa mais importante da selecção. Se achas que este tipo de competição são de um nacionalismo boçal eu compreendo e em certa medida até aceito esse argumento. Mas se aceitas o conceito de competição entre países, não consigo compreender (até por uma questão de fair-play e justiça para com as outras equipas/países) como pode o treinador ser não nacional.

tiago m disse...

só agora li a palavra tortuosa aplicada à minha teoria. pode ser o que tu quiseres, Miguel, mas tortuosa ela não é. É aliás de uma linearidade absoluta. Na selecção portuguesa, treinador e jogadores devem ser portugueses. Mais simples não podia ser.

na altura do euro 2004 não havia bicicleta, senão saberias que a minha opinião era a mesma. Tinha mais tolerância para o Scolari (embora ele na altura tivesse feito muita asneira até fazer o obvio, depois da derrota com a grécia).

Uma coisa que eu não percebo é este vosso amor ao Scolari! Será pelo desempenho no Europeu (perdeu dois jogos, empatou um, ganhou dois). Será pelo paternalismo com que ele trata os portugueses? Ou há algum outro motivo esquisito.

miguel p disse...

estou a ver que se o scolari se naturalizar, tem metade do problema resolvido contigo...

eu não amo ou admiro especialmente o scolari e é um facto que enquanto selecionador, a seleção que faz é a dele, é óbvio. mas não deixa de ser a seleção portuguesa, que eu apoio por isso mesmo, por me identificar mais do que as outras.

a tua conversa faz-me lembrar os autocolantes que os apoiantes do freitas, em 86, andavam depois do soares ganhar: "o meu presidente é o outro" ;)

nem o comité olímpico internacional, baluarte do desportivismo, ética e verdade desportiva se lembraria de um argumento como o teu para o equilibrio do confronto. acho-o, ao argumento da nacionalidade, discriminatório e sectário e acima de tudo facilmente contornavel e manipulável: veja-se o caso do deco e do obikwelu e do donato e de muitos, que SÓ se naturalizaram por questões de competição desportiva e logo aproveitadas pelas federações!

colocado numa situação destas, tu, como presidente de uma federação nacional de um desporto qualquer, tendo à sua frente a proposta de naturalização de um jogador para que valorizasse a equipa nacional, obviamente recusarias, pelo bem da verdade desportiva, não? é um simples exercicio silogistico.

e jogadores com dupla nacionalidade, e filhos de pais de nacionalidade diferente? tanta conversa e linearidade, que ou é incoerente ou no fundo se baseia num mero acto administrativo...

abreijos cá de cima. fomos ao chinês, claro.

tiago m disse...

Claro que se o Scolari se naturalizasse resolvia metade do meu problema. Os naturalizados são portugueses, com os mesmos direitos dos outros.

Se há países que aceitam mudar as leis para ter bons atletas é grave, mas outro problema. E que me conste, pelo menos em Portugal, os presidentes das federações não são quem aprovam as naturalizações!!!!

espero que a comida chinesa te tenha caído bem, claro!

miguel p disse...

é obvio que não são os presidentes das federações q aprovam ou deixam de aprovar as naturalizações e tu percebeste muito bem o alcance do que eu disse...

S Guadalupe disse...

Que raio de argumento!?!

Digo argumento, pois o primeiro é passível de ser discutido. Uma questão de critério. Só me custa que os critérios não tenham sido transparentes e clarificados. Isso sim!
Também não concordo com muitas opções, mas são isso: opções!

O segundo argumento revela populismo,e, o que me assusta no populismo é a ignorância. Nacionalismos e populismos são caldinhos que já permitiram muita coisa na história da humanidade.

E eu que fui uma das pessoas a manifestarem publicamente (na Tv e tudo..) discordância face à contratação de Scolari, mas pelo facto de considerar que ele tinha sido campeão do mundo quase por acaso. Esteve quase a não qualificar a equipa brasileira e depois teve pela frente um campeonato do mundo atípico "de coxos", pois os favoritos ficaram todos pelas primeiras fases.

Ainda assim, que ele seja muito feliz!

tiago m disse...

1) O treinador é a pessoa mais importante na selecção.
2) Faz sentido neste mundo moderno e global uma competição de equipas representado países.

Com estas duas permissas resulta que o treinador deveria ser do país em causa.

Quem não acha assim, IMHO, não está completamente de acordo com alguma das premissas. Não percebo qual é o populismo ou ignorância que resulta desta opinião e até tenho que dizer que me parecem palavras altamente desajustadas e até ofensivas.

S Guadalupe disse...

não confundas a mensagem com o mensageiro, como diria o Miguel...

Acho que o tipo de afirmações produzidas podem ser tidas por populistas, sim, e reafirmo que esse tipo de nacionalismo pode incorrer em extremismos radicais do piorio. Ainda assim não pretendia ofender, mas sim alertar e... provocar! assumido!

isto de uma pessoa ser admitida para fazer algo ("nacional" ou não) pela terra onde nasceu, parece-me absurdo.

tenho a dizer que preferia o Humberto Coelho! Mas...

S Guadalupe disse...

e... estava a estranhar imenso que não tenhas comentado antes...

miguel p disse...

permissa 1) "o treinador é a pessoa mais importante da selecção"

concordo contigo tiago. explica-me agora como é que a pessoa mais importante de um grupo, em ultimo caso, quem vai ser o "cepo das marradas" se a coisa correr mal, é por ti censurado quando e cito-te:

"O critério do Scolari é escolher jogadores exclusivamente pela confiança que tem neles"?

é que eu dele não espero outra coisa senão isso! era o que eu faria no seu lugar!
entrar na selecção não carece de concurso público de acesso, com variados juris e procedimentos administrativos, é uma escolha pessoal. tal como a escolha do seleccionador, pela federação!

eu obviamente tb. teria feito outro grupo, eventualmente até, e pasma-te, com a presença do baía e ausência de outros!
mas realmente prefiro assim, uma escolha marcadamente personalizada, do que um sistema de quotas entre os três grandes, como era até hà poucos anos atrás.

e tenho a certeza que concordas comigo.

tiago m disse...

concordo que uma selecção personalizada é uma boa ideia; o que me preocupa é que esta selecção não tem simplesmente os melhores jogadores

a não escolha do Baía até é diferente; o Scolari tomou uma decisão (seja porque motivos for) que ele não ia para a selecção e manteve essa opinião; aceito isso do livre arbitrio dele (mesmo considerando que o Ricardo não é melhor que o Baía, mas o Baía tb não é o melhor guarda redes do mundo)

a convocatória de Costinha, Postiga, Maniche, Hugo Viana e a não convocação de Quaresma, João Tomás/Hugo Almeida, Moutinho, Pedro Mendes já é vergonhosa; é por perguiça, por inércia. É, repito, o pior do que Portugal tem para oferecer do favoritismo. Scolari tem confiança neles porque os conhece; prefere essa garantia a ter jogadores que provaram que mereciam lá estar.

Uma coisa parece-me óbvia, e espero que estejamos todos de acordo, se não lhe correr bem, espero que não haja dúvidas que tem que sair.

Sónia:
não é por uma posição poder ser demagogicamente chamada de populista que eu vou deixar de a ter. Dizer que a minha posição é populista é a maneira fácil de discutir. Dificil para mim é conseguir compreender que um treinador não português faz sentido na seleção portuguesa.

miguel p disse...

se não houvesse euro sub-21, em portugal, a convocatória seria diferente de certeza.
o argumento da nacionalidade não é, volto a dizer, linear e óbvio. porque é facilmente manipulável e contornável e só não percebo como te agarras a ele tão ufanamente, sabendo-o simplesmente um mero acto administrativo.
se aceitas a personalização das escolhas, como disseste e a fácil manipulação questão da nacionalidade, como é óbvia, lá se vão as permissas e a linearidade... ;)

tiago m disse...

a naturalização não é um "mero acto administrativo". Quando o Scolari para cá veio treinar a selecção NUNCA poderia ser passado a português; não tinha os requisitos legais para isso.

A discussão da nacionalidade e o que é ser cidadão de um país é interessante neste mundo globalizado, em que as pessoas têm família em vários sítios, mudam-se e vivem em vários países, etc. Da literatura mais interessante está a ser escrita com essa temática (o livro White Teeth, p.ex).

Mas essa dúvidas são reais, não dependem de actos administrativos. Deco e Obikwelu escolheram Portugal porque podiam ter uma carreira profissional melhor com essa nacionalidae, algo que milhares/milhões de pessoas fazem todos os anos. Mas a grande, enorme, transcendente diferença para Scolari é que Deco ou Obikwelu cumpriam os requisitos para ser naturalizados, nomeadamente viver em Portugal há mais de x anos. Não é um mero acto administrativo.

O Scolari, ou o Ericson, não poderiam ser naturalizados quando começaram a treinar Portugal e a Inglaterra.

Completamente linear.

miguel p disse...

a naturalização é um mero acto administrativo, com as seguintes condições:

O Governo pode conceder a nacionalidade portuguesa, por naturalização, aos estrangeiros que satisfaçam cumulativamente os seguintes requisitos:

1. Ter 18 anos (ou ser emancipado face da lei portuguesa);
2. Residir em território português com título válido de autorização de residência há, pelo menos, 6 ou 10 anos, conforme se trate, respectivamente, de cidadãos nacionais de PALOP ou de outros países
3. Conhecer suficientemente a língua portuguesa;
4. Comprovar a existência de uma ligação efectiva à comunidade nacional;
5. Ter idoneidade cívica;
6. Possuir capacidade para assegurar a sua subsistência.

vês? não é nada difícil e muito menos para um brasileiro e ele, scolari, já cá está hà quatro anos, faltam dois. e depois, se ele ficar para o euro 2008 e se naturalizar, muda tudo?
bullshit. é o mesmo gajo e tu perdes o argumento...

e tiago, não mudes, agora, subtilmente a tecla para o quando "começou" a treinar a selecção porque disseste ali em cima e cito:"Claro que se o Scolari se naturalizasse resolvia metade do meu problema. Os naturalizados são portugueses, com os mesmos direitos dos outros".

aproveita a literatura que esta a ser escrita sobre o assunto e não leves os limites administrativos, as nações e as nacionalidades tão a sério, sobretudo neste caso, que francamente, nem parece teu.

linear só a tua teimosia. e a minha, claro.

e tortuosas também.

tiago m disse...

se o Scolari se naturalizar passa a ser português, passar a ter os mesmos direitos que nós temos.

a tecla do "começar" não é subtil; é o ponto CHAVE, CRUCIAL e FUNDAMENTAL da questão. Se o Scolari tivesse trabalhado o tempo suficiente em Portugal para cumprir com as regras e se naturalizasse seria por mim legitimamente acolhido como seleccionador de Portugal. As regras de naturalização não são absurdas são para toda a gente, dependem dos serviços de estados e não de federações de futebol ou outras. O Estado plasma e bem na lei que só uma pessoa que cumpra com essas regras pode ser naturalizado (não compreendo porque dizes que é um mero acto administrativo). Não é só querer, e o Scolari não o poderia fazer quando cá chegou. Teria que ter alguma ligação afectiva e integração com a sociedade que se prova nos vários pontos da lei.

Eu levo as nações e nacionalidades a sério, especialmente nas questões de identidade cultural. Nesse sentido até tenho alguma simpatia pelo argumento que competições entre países são algo que traz muitos problemas e que não se deviam fazer.

O meu problema é aceitar as competições por países e permitir que os treinadores não sejam afectados pela regra básica da competição. Estranho…


Gosto do teu julgamento imparcial de que eu perco o argumento, eh eh eh…

miguel p disse...

e perdes claramente.
não me venhas dizer o q esta na lei porque fui eu que a transcrevi, para o comentario em cima e eu não acho as condições mesmo nada absurdas, muito pelo contrário.
mas constituem, elas no seu todo, um acto administrativo, que como todos tem permissas, formulários e documentação associada. isso é que é um acto administrativo.

é curioso é ver-te defender com unhas e dentes uma questão, que, na prática facilmente é atingível(dois anos) e que te obriga a rever a forma como ves o homem... quando ele souber apontar no mapa a diferença entre a Foz do Porto e o porto da Figueira da Foz, ou a diferença entre bucho e maranhos, ou entre o camané e o tony carreira, já passarm os tais seis anos e já te enche as medidas, senhor aferidor?

regra básica numa competição desportiva é cumprir as regras do JOGO. e saber que quem tem aquela camisola representa uma equipa, um grupo. que por acaso, neste caso, representa um país. em futebol.
a cara da companhia aérea do meu país é um brasileiro e não me chateia mesmo nada, nada.

e consegues o supremo contorcionismo de por um lado defender a pureza da representação (desde que provada no papel) com a teoria da não realização de competições entre países, para não ferir susceptibilidades nacionais.
serias optimo para moderar debates.

tiago m disse...

gosto de sistemas com lógica interna; daí que competições por países devam ser compostas por pessoas desse país; eu gosto de coerência nos sistemas, algo que se consegue ou com bom senso ou com anos de prática científica

eu percebo (embora não seja a MINHA posição) que haja gente que diga que competições por países exacerbam nacionalismos complicados; acho que isso está lá claro, mas se não está fica a explicação

não vejo qualque problema com o presidente da TAP ser brasileiro; nem percebo o que tem isso a ver com esta discussão

se o scolari fosse brasileiro desaparecia um dos meus problemas com ele. O post tem dois pontos, 1) e 2), independentes um do outro. Sem ponto 2) ficava o ponto 1), suficiente para o Scolari mesmo naturalizado nunca me "encher as medidas". Pensava ter sido claro na existência de dois pontos, independentes, individualmente suficientes para Scolari nunca me encher as medidas, e em conjunto suficientemente fortes para esta não ser a minha selecção. Pelos vistos para ti não fui suficientemente claro… My fault, I guess.

miguel p disse...

o haver dois pontos sempre foi claro e as conversas evoluem e esta foi andando.
acho que tenho ainda algum crédito da tua parte, para que me leias, como, pelo menos, leal e franco conversador...
se te disse que te enchia as medidas era em relação ao ponto da nacionalidade e não aos dois, porque em relação ao outro já tinhas concordado que cada pessoa tem a sua selecção de jogadores e eventualmente o seu método e conjunto de critérios de escolha e que vale a pena que sejam personalizadas e claro, responsabilizadoras.
não é a tua selecção porque não coincide com a totalidade e o método das escolhas que farias, big deal: cada cabeça sua sentença.

mas, sendo assim como rematas, e para seres realmente claro e com sentido justo de assunção de precedências, só deverias ter posto o ponto nº 2 que era: "2) scolari não é português" porque é condição suficiente para que qualquer escolha fosse desprovida de validade, por carência de legitimidade, humildemente deveria ser mais do tipo:
"esta não é a minha selecção:
o seleccionador não é português, logo não tem legitimidade para sequer para o ser, quanto mais para exercer"

isso sim é clareza e linearidade.

tiago m disse...

Eu concordei que o primeiro ponto do meu post não fazia sentido????? não sei de onde tiraste isso, mas não é assim. Continuo a dizer que o Scolari ao fazer as escolhas que fez tornou a selecção de Portugal na SAPS – Selecção dos Amigos e Protegidos de Scolari. Ele tem a obrigação de escolher os melhores e não os seus amigos/protegidos, isso é que é uma selecção nacional em que cada cidadão português pode aspirar a estar lá desde que seja o melhor a jogar à bola. Com o Scolari ser o melhor não é suficiente, é preciso TAMBÉM ser protegido dele (e ser o melhor no caso do Quaresma tem o seu grau de OBJECTIVIDADE, como tem com o Moutinho, por exemplo; não é um caso de cada cabeça sua sentença). Mantenho por isso, como SEMPRE mantive, o meu ponto número 1).

Se queres ter crédito como leal, franco e conversador não ME tentes dizer o que eu devia concluir, EU lá concluo o que quero concluir. Neste caso EU concluo que o ponto 1) e 2) em conjunto são suficientes para esta não ser a minha selecção (embore lhe deseje boa sorte). Ponto 1) ou ponto 2) individualmente, e por si só, são suficientes para esta não ser uma selecção que me encha as medidas. mas não seria o suficiente para deixar de ser a minha selecção. Tenho a certeza que não consigo ser mais claro que isto.

miguel p disse...

pronto!
se lhes desejas boa sorte, eles hoje já dormem mais descansados.

calma rapaz, as conclusões são MINHAS e não tuas, porque sei perfeitamente que seria praticamente impossivel, mudares de ideias ou opiniao e nem era essa a intenção.
apenas escrevi, HUMILDEMENTE(repito) uma reformulação do post, segundo uma teoria de precedencias, que me parece óbvia.

o resto, continuo a achar balelas à despeitado pela não convocação de uns determinados meninos... e os exemplos do pedro mendes, ou do joao tomás são no minimo discutiveis, para não dizer risivelmente forçados. os casos do hugo almeida e do quaresma, nada concensuais diga-se, confirmaram-se perfeitamente no euro sub-21...

falaste no moutinho, compreendo, porque realmente dá gosto ver um jogador (um homem) que não tem tempo nem feitio para amuar. tem mais que fazer.

enfim, o homem é o seleccionador e escolhe quem acha que não o vai deixar ficar mal. good 4 me.
não me parece que tenha cara de masoquista e até já bateu o record de vitorias...

e não se é mais claro, por falar mais ou mais alto.

miguel p disse...

e começa a mentalizar-te, que daqui a dois anitos, naturaliza-se o liedson.
finalmente!!!
abraços

tiago m disse...

o Quaresma viu-se que não tinha lugares nos jogos dos sub-21? foi só o melhor jogador, o que continuou a colocar uma alarvidade de bolas na grande área (o que é a sua função); se não estava lá ninguém para as meter lá dentro ele já não pode fazer tudo

fico a saber que és um fan do Postiga e que achas que ele é melhor que o João Tomás e que o Hugo Almeida!!!!!

idem, idem em relação ao Maniche e ao Costinha.

se o Liedson quiser ser português, depois de ter estado cá sete anos (ou lá quantos são) e quiser jogar na selecção, cá estarei para o apoiar o mais possível. até lhe chamo levezinho e tudo.

miguel p disse...

realmente até o próprio agostinho oliveira e todos os comentadores confirmaram a excelência das exibições do quaresma...

gosto muito da pinta do postiga (marcou 3 golitos pelo st. ettiene, tantos como o benny mcarthy em todo o campeonato...) e depois do penalty q marcou no euro'04 tem crédito ate aos 36! e o joão tomás faz tanto sentido na selecção como o pedro roma ou o marco tábuas ou o fajardo.

o hugo almeida marcou 4 golos (tantos como o césar peixoto, que para além de uma lesão grave, ainda tem de dar assistência á isabel figueira...) em todo o campeonato 05-06 e (0) zero no euro sub-21. fraco pecúlio para rapaz tão alto.
olha, o lourenço marcou 6 pelo leiria, o carlitos marcou 5 pelo gil vicente e, pasme-se! o joão vieira pinto marcou 8 (oito) golos pelo boavista.

o maniche e o costinha(que até nem esteve nada mal contra cabo verde) não são substituiveis ao mesmo nível, pelo pedro mendes e não sou particularmente fã deles, excepto se vierem para o sporting após o mundial. eles ou o derlei, outro portugues que faria, como consta o rumor, uma bela parelha com o liedson...