o que fazer à penitenciária?
Debate público dia 8 de Julho na Câmara Municipal de Coimbra.
Ouvi uns turistas franceses perguntarem, na varanda do Fórum, o que era "aquilo", referendo-se à cúpula da torre de vigia da penitenciária. Foi com uma imensa admiração que receberam a resposta: Ohhhhh...
Não é aquele espaço, em particular, que está em causa, mas toda uma concepção de cidade.
5 comentários:
a primeira vez que fui lá dentro da penitenciária, pensava que ia encontrar um lugar muito sombrio, mas o edifício, por dentro e com as devidas adaptações, dava um empreendimento turístico excelente. ó átrio por baixo da cúpula é qualquer coisa de espectacular.
Não se concebe como uma cidade pequena como coimbra continua a ter dois estabelecimentos prisionais no centro histórico (aquilo são duas prisões: a de alta segurança - a da cúpula, que é qualquer coisa parecida com as dos filmes americanos, mas branca e com mais luz - e a regional - uns quantos pavilhoes parecidos aos das tele-escolas, se se lembram o que isso é).
não que ache que se deva ostracizar os presos, mas aquilo está mal ali, naquele sítio e naquele edifício.
este é um assunto que só ganha em ser bem debatido e discutido, sem tabus e sem ideias pré-concebidas. por agora devemos saber bem o que não queremos para ali, pela discussão chegaremos ao que queremos.
acho que a estratégia deve ser:
01. definição por parte do poder político do programa estratégico, após debate alargado e multidisciplinar;
02. concurso público de ideias, tendo em conta a implantação do programa, formal, funcional e tipológicamente, e a sua articulação com a forte envolvente (aqueduto, jardim da sereia, botânico, etc.)
03. estabelecimento de parcerias público-privadas, preferencialmente com vários investidores, mas com real defesa do interesse público e da qualidade de vida urbana.
o errado será começar pelo fim, descurando o interesse público e a reboque dos tubarões imobiliários.
parece fácil...
põe-te a trabalhar, vá...
não vai ser áda fácil até porque não deverá depender apenas do interesse da autarquia e da cidade, já que é pertença (? ou está sob alçada) do ministério da justiça. Essa questão da propriedade é fundamental.
De facto, será uma oportunidade perdida caso o debate se transforme noutra coisa qualquer em que se esgrimam argumentos laterais e não se discutam ideias.
Dada a envolvente e centralidade fantástica, só faz sentido algo muito aberto ao público, sem muros, quebrando com o passado recente, em que aconteçam coisas que dinamizem a vida citadina e onde apeteça ir dar uma volta. Imagino uma coisa que reúna restauração com cultura e diversão. Uma coisa para as famílias. Uma grande praça cheia de coisas dos mais diversos feitios, muitos volumes com geometrias diversas.
Mas ainda não sabemos como vai ficar o Sereia. Anda tudo tão devagarito. Até lá...
o jardim da sereia vai ficar como está. não tenhas ilusões.
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