o independente (RIP)
durante os anos da longa noite cavaquista, o jornal independente desempenhou um importante e incessante papel de combate ideológico (pelo lado direito) ao governo cinzento, pela pena de muitos e muitas, mas sobretudo por paulo portas, que deitou abaixo ministros e ajudou a entalar o anibal.
na altura eu, jovem estudante universitário, encontrava neste jornal alguma irreverência, imaginação e audácia, bastante atraentes e inovadoras, não ideológica mas gráfica e intelectualmente, muito por culpa da revista K, do miguel esteves cardoso e do paulo nogueira.
o independente vai fechar. perdeu irreverência, audácia, sangue na guelra. perdeu audiência, publicidade e dinheiro. tornou-se num tablóide que vivia de bombas de primeira página, cada vez com menos credibilidade (casa pia, freeport, etc.), conduzido por uma directora sem sal, inês serra lopes, que raramente ou nunca, a ouvi analisar nada com um mínimo de interesse, imparcialidade ou aquela aura, aquele faro que se percebe logo, aos grandes jornalistas.
paulo portas tinha uma estratégia clara, um objectivo definido, os alvos bem escolhidos. e paixão obstinada, ou ódios de estimação.
a paixão ou o ódio, representam a garantia de três quartos do sucesso de qualquer tarefa.
3 comentários:
tb me lembro dessa fase onde era cool gostar do independente. Sempre tive uma certa ambivalência; gostava que eles batessem no Cavaco (e durante algum tempo parecia que eram os únicos a dizerem mal do Cavaco!); mas irritava-me aquele tom blazé de direita pipi.
mas é sempre mau ver desaparecer um media; já há tão poucos que sejam independentes dos grandes aglomerados que é uma pena ver mais um ir embora
tu próprio estás, e muito bem, um pouco blazé, nessa foto. eh eh eh.
Tiago, agradecia que me explicasses o que significa para ti a expressão " tom blazé de direita pipi"
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