31.8.06

trabalhos oficinais

a familia do transsexual barbaramente assassinado no porto, vem agora pedir uma indemnização ao estado português, ao abrigo do fundo de auxílio a vítimas de crimes violentos. o advogado do réu com pena mais pesada (13 meses de internamento em centro educativo em regime semi-aberto) está também a preparar um pedido de indemnização ao estado, por ter retirado a criança à família, inserindo-a num centro de acolhimento que supostamente deveria ter tratado da sua educação e que pelos vistos, no seu ponto de vista, não conseguiu.
a instituição responsável, as oficinas de s. josé, tutelada pela igreja católica, viu-se de repente sem director, encontrado que foi, morto, com indícios de suicidio. ao mesmo tempo prescindiu das técnicas superiores que testemunharam em tribunal a existência de situações de maus tratos aos alunos internos.
é uma salganhada séria. por um lado, arriscando poder ser injusto, temos uma aparentemente oportunista família, que pretende ir buscar dinheiro á custa da morte de um dos seus, que vivia indigentemente, na rua onde se prostituía, doente e em condições sub-humanas.
por outro, temos a suposta indignação de um delinquente, que pratica conscientemente um acto violento e assume uma visão determinista das condições que o rodeiam para o justificar, culpando o estado por tal. era o que faltava. isto não é igual a roubar uma bola, umas sapatilhas ou uma playstation, porque os outros (alguns) à sua volta as ostentam.
é violência gratuita, xenófoba e sexista.
por fim a instituição responsável por esta malta, que, ou me engano muito ou, pelas certidões extraídas do processo e pelos acontecimentos recentes, nos colocará perante a ponta de um iceberg, mais um, de miséria humana.

2 comentários:

S Guadalupe disse...

Triste!
e de uma tal complexidade de análise, diagnóstico e intervenção que nem sei o que diga. Impotência e indignação!

Sofia Melo disse...

um dos muitos dos quais está pejada a nossa sociedade.
correndo o risco de ser injusta também: então quer dizer q o pobre indigente vivia nas ruas porque queria, uma vez que tinha tão diligente e carinhosa família que defende a sua morte tão acérrimamente. mas essa malta não tem vergonha???? primeiro, provavelmente renegam o coitado, se calhar pelas mesmas razões q devem ter levado aqueles miudos a fazer o que fizeram... e depois, aqui d'el rei q mataram o nosso menino mais querido, indemnizem-nos q estamos quase a morrer da depressão pela sua falta, que choramos amargamente. Cinismo, do mais vil e oportunista. Tenham vergonha. (e já agora perdoem-me, se estou enganada).
por outro lado, miudagem estúpida, mal influenciada e selvagem, que nºao vai nunca perceber a gravidade das consequência dos seus actos, porque... coitadinhas das crianças. mesmo as que não tem qualquer peso na consciência em tirar vidas, ainda por cima de forma bárbara.
República das bananas. é o que é.