9.10.06

a pior das invenções

Definitivamente coloco esta invenção, utilizada por arquitectos interessados em causar pouco impacto visual nas suas obras, na lista dos meus piores inimigos, sobretudo se usadas abaixo dos meus pés.

E tem-me provocado enormes limitações de acesso à cultura! Veja-se o caso do CAV em Coimbra. Raramente passo ao 1º andar. Também não vi uma exposição dos Encontros de Imagem em Braga por causa de umas enormes escadas destas que teria de percorrer.

Tenho os meus limites, mas irrita-me quando eles são potenciados apenas por opções estéticas muito questionáveis e sem sentido prático nenhum. Apetecia-me fazer uma petição!

12 comentários:

Anónimo disse...

a opção estética a que te referes é o salto agulha? hi hi...vai de sapatilhas...

S Guadalupe disse...

no... nem pensar nisso... até ando mais com cunha... o problema são as vertigens que me causa!

S Guadalupe disse...

e olha que nem me passou pela cabeça ter de subir essas escadas com os meus sapatos de verniz vermelho com salto agulha ;) Seria memorável...

Anónimo disse...

e que tal não olhar para baixo?? Não é isso que dizem às pessoas com vertigens :)
ou então, usar o elevador

também não gosto especialmente dessa opção or escadas a ver-se o que está em baixo, mas se fizeres a petição, faz pelos elevadores

assim, não só pessoas com vertigens, mas tb deficientes e carrinhos de bébé podem subir

S Guadalupe disse...

As sensações físicas que me provocam têm vindo a piorar, e são anteriores à própria situação... é só olhar e pensar que tenho de seguir... que fico paralisada. Nada que uma boa terapia não resolva, mas seria mesmo melhor que esta porcaria deixasse de ser usada. Pois, na maior parte das outras situações, isso de não olhar tem resultado, mas nestes quadrados nada resulta! E já experimentei, acredita. Uma das vezes que fui capaz de subir, foi um cabo dos trabalhos descer (veio um amigo a meu lado a amparar-me). Enfim, é ridículo!!! Não me reconheço assim em quase nenhuma outra circunstância, daí ficar danada.

tiago m disse...

eu supostamente nao tenho vertigens; mas uma vez numa coisa destas que era bastante alta e que abanava nao me apetecia nadinha ficar por ali! estou contigo gudalupe. e assino a peticao quando quiseres!

miguel p disse...

não é para ser (só) do contra, mas a mim agradam-me muito este tipo de soluções. leves, versáteis e seguras. funcionam muito bem e enquadram-se de forma muito eficaz com materiais nobres como a pedra e madeira, mas também com o betão.
são elementos fundamentais em sítios arqueológicos, ruínas ou percursos por espaços ou elementos de algum valor patrimonial, precisamente por serem leves e perfeitamente identificáveis. "soltam-se".
como as passerelles de madeira o são nos acessos ás praias por cima das dunas primárias.
guadalupe, neste caso, quem tem de superar a coisa és tu. confia e olha em frente...

S Guadalupe disse...

bem, eu espero que a moda passe e que os arquitectos que façam esta opção não trabalhem mais... estás aqui estás sem trabalho, eh eh eh

não acho nada disso. A nível estético acho demasiado industrial, e, por isso, nada leves. Vesáteis, talvez, pois ultrapassam o seu impacto e a sua função, impondo limitações estupidificantes às pessoas. Lá que se soltam, soltam, até debaixo dos pés, pois abanam que nem se queira saber, daí que não sejam seguras, como dizes... ou sou eu que embirro e pronto?!

miguel p disse...

leves porque promovem transparências, não criando planos intermédios ou obstáculos visuais, estão estritamente ligadas á sua função.
tu tens é uma fobia que te condiciona. uma mistura de climacofobia com altofobia e isso não é matéria para arquitectos resolverem, pá...

S Guadalupe disse...

Assumo as minhas limitações. Mas estas só existem em situações muito específicas de uso insensato deste material. E não me venhas com isso... quem concebe edifícios e espaços não tem que pensar no utilizador desse mesmo espaço? Bem, pensando bem, tens razão: não pensam mesmo!

Nem imagino (nem quero) como é que um deficiente entende estas limitações que lhes impõem...

miguel p disse...

quem concebe edificios e espaços tem de se referenciar no utlizador médio e optimizar a possibilidade de utilização ao cidadão de mobilidade condicionada. o teu caso é diferente de um deficiente, que não tem na vertigem e no material de construção a sua principal preocupação. na maior parte das vezes o simples acesso (a cadeiras de rodas) ou o acesso sem obstáculos (a cegos) é o principal problema, a montante.

se os projectistas tivessem de contornar todas as fobias, não haveriam elevadores (por causa dos claustrofobicos), nem praças (por causa dos agorafobicos) nem arranha-céus (pelas vertigens)e por aí fora...

todas as soluções são estéticamente discutiveis. neste caso, pela generalização da utilização nas mais diversas circunstâncias, que eu compreendo e gosto(certamente porque não sinto o teu incómodo quando utilizo), parece-me que vais ter de te habituar a ideia...

se um dia destes, der-mos de caras com uma coisa destas, prometo que te levo ás cavalitas, ok?

S Guadalupe disse...

será lembrado! mas... às cavalitas ainda fico mais alta, isto é, mais longe do chão. não sei se é boa ideia.