4.1.07

ad nauseum

nos últimos tempos, temos sido incessantemente bombardeados, por uma suposta novidade incontornavel da música portuguesa: o fenómeno andré sardet.
ora, este moço, que é neste momento o meu vizinho mais mediático, destronando o dr. vitor batista, apresenta-se não com um reportório novo e original, mas com a recauchutagem, do seu próprio conjunto de baladas delicodoces, sob a forma de concerto ao vivo, na sua terra natal, coimbra.
onde está aqui a novidade?
eu explico: o truque está na edição e sobretudo na promoção. o andré sardet aproveitou, e muito bem, a nova forma transversal de editar e promover, neste caso associando-se á editora farol, que no âmbito do universo da media capital (tvi), promove de uma forma incessante os seus produtos e artistas, em telenovelas, em programas e em toques para telemóvel. é dinheiro em caixa.
quanto ao andré sardet e a sua música, confesso que não me atrai nada, mas dada a sobrexposição a que tenho sido sujeito, dediquei algum tempo a analisar o refrão da sua canção mais conhecida, foi feitiço e fiquei algo confundido, então reza assim:
eu [ele]
nem sei o que me aconteceu... [surpreendido, eventualmente com o seu próprio sucesso]
foi feitiço? o que é que me deu? [algo se passou, inexplicável, algo lhe fizeram, talvez bruxedo]
para gostar tanto assim de alguém, como tu... [ora, aqui é que eu fico confundido. então o moço queixa-se de que forças/entidades externas a ele próprio, fizeram com que passasse a gostar de forma exacerbada de alguém, que em condições normais não o merecia. do tipo: "tu és feia/gorda/parva/desinteligente/etc. e só um fenómeno inexplicável me fez gostar desta maneira de ti." espero que então, não seja esta uma canção com dedicatória personalizada, muito menos para a orgulhosa esposa...]
faz lembrar uma tirada clássica do vitor baía, que numa entrevista a uma revista, saiu-se com qualquer coisa do tipo: "mulheres, ou bonitas ou inteligentes" e que teve de engolir em seco quando lhe perguntaram de que tipo era a sua...

8 comentários:

S Guadalupe disse...

eh eh eh

também eu me andava a questionar pelo seu sucesso. é que já tinha ouvido esta música no processo de selecção dos Ídolos (programa já defunto... para aí há 2 anos).

Que foi que deu é ao pessoal?
Quanto a ele, desejo-lhe sorte.

Arranja aí uns vizinhos menos famosos, mas mais jeitosos!

Anónimo disse...

Eu acho que a mensagem é: "afinal estou com um problema, ai-meu-deus que tenho qualquer coisa ruim, devo estar mesmo ma para gostar de alguém como tu". Acho que o rapaz não está propriamente a insultar a moça, está é a queixar-se da vida, do que lhe fizeram... Alguém tem de arranjar uma "contra-música" que lhe ofereça a solução, porque ele parece mesmo desamparado, coitado do rapaz.

Anónimo disse...

O André Sardet é neste momento o expoente máximo da música portuguesa. Ele e a sua banada. è só inveja feia e por isso Coimbra não sai da cepa torta.

tiago m disse...

é uma vergonha estes grupos de comunicação social que promovem os seus próprios sucessos. Notícias sobre a floribella nos noticiários da SIC ou do Jura nos da tvi (provavelmente ao contrário).

é uma deterpurção da informação. E como sempre se é assim nestas coisas, como será noutras, i.e., na manipulação das notícias por interesses económicos, políticos, etc?

tiago m disse...

Cara Luisinha,

A música do André Sardet é lixo. Se queres música interessante em Coimbra até tens várias opções: Tiger Man, Wray Gun, Brigada Victor Jara.

Mas enfim, claro, cada qual come do que gosta.

Anónimo disse...

por favor... já ninguém com dois de testa consegue ouvir essa coisa. mesmo que fosse alguma coisa de jeito, o que é demais enjoa.

tiago m disse...

passei sem ler com atenção a segunda parte do post. Mas voltei a lê-la e caro Miguel!!!!!!!!! Tinha comentado exactamente comentado isso com uma gente um destes dias!!!!!!!

a letra é uma estupidez completa; ou seja, só faria sentido se a pessoa a quem se está a cantar for completamente grotesca, e necessitar de um feitiço para alguém se apaixonar por essa pessoa. é no fundo a canção mais profundamente anti-romântica que se possa imaginar.

se fosse de propósito até tinha a sua piada…

miguel p disse...

exacto.