12.1.07

"a minha geração já se calou"

É sempre uma sensação estranha falar sobre quem connosco se cruza na vida, mas a inquietação trazida pela letra da música "1970 [retrato]" de JP Simões obriga-me a alguns apontamentos.

Encontrámo-nos no liceu, crescemos em paralelo, rumámos diferentes caminhos e, desde então, encontramo-nos pontualmente nas férias, acompanhando de longe acontecimentos marcantes nos nossos ciclos de vida. A geração de que JP Simões fala é a dele e a minha. Também eu a olho e sinto com pessimismo. A identificação com a poesia tem destas coisas e obriga às mesmas perguntas que o poeta faz. Sim, o JP sempre foi o poeta inquieto em permanente questionamento nas várias expressões que explorou na vida de palco ou de bastidores. Que a inquietação continue!

2 comentários:

miguel p disse...

felizmente este pessimismo e niilismo militante, não é consensual nem caracteriza por si só uma geração.
é sim, uma maneira de ver a vida e o mundo, por determinados olhos, representados em todas as gerações. e ainda bem. são contrapontos ao optimismo inconsciente, à superficialidade e à espuma dos dias.
o jp vai ter o sucesso que merece, em 2007, pelo talento, pela entrega e sobretudo pelo calvário que passou para editar este disco, que já cá podia e devia estar fora hà uns meses.

tiago m disse...

também acho que esta geração (se é que se podem fazer estas generalizações…) não tem muito de pessimista. É capaz de ser até uma das primeiras a conseguir saltar fora do miserabilismo salazarista…

espero que o jp tenha sucesso. é um dos criativos com mais coisas para dizer no país. e a cantar em português vai chegar a mais gente de certeza.