independências
Trabalho numa instituição de ensino superior privada e tenho estado atenta e estupefacta com os acontecimentos bizarros que transpiram ilegalidade na Universidade Independente.
Este tipo de instituições sempre foram alvo de variadíssimas suspeitas por isto ou por aquilo. Nalguns casos e situações específicas, existirão razões de sobra para questionar a qualidade dos cursos, dos docentes ou da organização... mas exactamente o mesmo se aplica, nas mesmas condições, a qualquer instituição de ensino superior que conheço. Não existem instituições insuspeitas. Há mesmo algumas privadas que detêm cursos e corpos docentes muito superiores em organização, funcionamento e qualificação do que as públicas, pois lembremo-nos que a proliferação de pólos, politécnicos e universidades por todo o lado não se fez acompanhar por proliferação de excelência!
Mas... o terramoto na Independente pode ter réplicas que abalarão de forma determinante os "justos e os pecadores".
As independências que o Ministério tem atribuído ao ensino superior são muito gravosas e as consequências ainda estão para vir:
- as reitorias das universidades públicas autorizam cursos, sem passar pelo Ministério (já as privadas submetem-se a um registo e à autorização publicada em portaria);
- o acesso dos maiores de 23 anos tem agora regras definidas por cada instituição de ensino;
- o processo de equivalências que o processo de Bolonha terá necessariamente que desencadear... fica ao critério de cada instituição de ensino...
Confusões e atropelos é a única coisa que espero desta gestão trapalhona que coloca totalmente em questão o princípio da equidade.
Talvez com estes episódios caricatos, vergonhosos e graves, percebam que todas as independências deveriam ter limites!
2 comentários:
pois a mimparece-me que estamos a entrar numa nova era de facilitismo, em todos os níveis de ensino.
já não se chumba em todos os anos e mesmo que se chumbe, poder-se-à sempre esperar até ter 23 anos e procurar a instituição de ensino superior público ou privado(que na altura estarão ávidas de alunos, para sobreviverem) que lhe permita umas condições de acesso mais "leve".
e no fim de três anos, obtem-se o que hoje se alcança em cinco.
nada mau...
E enquanto a malta abrir faculdades com o único intuito de encher os bolsos... e continuando o ensino a ser a vergonha que é, seja ele qual for, que faz tudo menos preparar profissionais... se há excepções, então serão para confirmar a regra, e fossem elas muitas!
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