américa em guerra. onde?
os 32 mortos e os 29 feridos confirmados, que resultaram do massacre da universidade tech da virginia , juntam-se aos nùmeros que mentalmente fomos acumulando destes recorrentes, cíclicos e americanos acontecimentos.
como a net é um mundo fantástico, facilmente cheguei à descrição dos principais registos de school shooting nos estados unidos, durante a década de 1996-2006 e respectiva distribuição geográfica.
poupem-se a contas, que eu já as fiz: com ontem, são 116 mortos e 132 feridos (entre alunos, professores e directores). são em média, mais de 10 mortos por ano.
a esta tradução em cálculo concreto, de um número abstrato resultante de sucessivos e semelhantes acontecimentos repetidos, só encontro paralelo, com as devidas diferenças de grandeza, nos atentados em bagdad, dos últimos anos.
5 comentários:
foi precisamente o que pensei... um país em guerra consigo próprio!
Não consigo conceber este tipo de acontecimentos noutro contexto cultural que não a América. A doença mental não explica tudo! Mas doentes mentais completamente descompensados (normalmente psicóticos com delírios), ou mesmo psicopatas/sociopatas, com armas ou acesso fácil e banal a armas... isto já explica muita coisa!
Claro está que todos lembramos os episódios dramáticos de outros massacres e de sequestros de escolas inteiras... noutros contextos culturais... infelizmente... mas este tipo de acções já caracteriza a América.
Triste característica!
Eu não consigo imaginar a dimensão desta violência!
Trago mais números à tua equação:
Segundo o Gabinete de Estatística do Departamento de Justiça dos EUA, entre 1996 e 2005 podes contabilizar 52031 mortos por disparo de armas no país, mais 5,765,090 vítimas de... em crimes NÃO FATAIS.
No total, são 5,817,121.
Graças à Business Wire (ver chazadas.blogspot.com) que, na edição do mês passado, alertava os potenciais investidores para o crescimento dos lucros da indústria americana de armas de pequeno porte, junto ainda outros números:
Estima-se que atinja os 5 triliões de dólares de facturação em 2006.
2,150,000,000 dólares, é o rendimento do mesmo ano.
5 a 7% é o crescimento esperado em 2007.
Vendo a coisa pelo prisma destes senhores, cada vítima “valeu” 859,5 dólares.
Ou rendeu, depende do ponto de vista.
não podemos julgar uma sociedade inteira, ainda assim... fico cada vez mais chocada quando percebo que as coisas podem ser assim colocadas! É brutal!
a questão das armas é central (juntamente com aborto e pena de morte) na política americana. faz parte do conjunto de valores que alguns americanos sentem como profundamente seus e que se sentem ameaçados pela outra américa, contemporânea, urbana e anti-armas.
e dp há doidos como este; que nem são o mais complicado (pior é ter bairos e bairros onde toda a gente tem armas e onde há mais de 100 mortos por ano, como em Oakland…) mas que induzem ciclicamente a discussão que as armas não podem ser de venda tão livro
Pois, Tiago, há outros países que sentem a ditadura como profundamente sua... e levam com a USA em cima... há outros que defendem a escravidão, há outros ainda em que a ofensa da dignidade humana das mulheres é normativa... E isso pode ser simplesmente aceite porque sim?
Se a liberdade na compra de armas leva à interrupação sistemática da liberdade dos outros porquê continuar a ter esta política e a ser possível comprar armas de guerra e de alta prtecisão por correio?
Todos sabem que há uma percentagem X de psicopatas e sociopatas. São cidadãos livres... que, até cometerem actos que denunciam a sua personalidade, são simplesmente cidadãos algo desajustados e com pequenos episódios na sua vida... E alguém vai certificar-se da situação de saúde mental quando vende uma arma?
Esta também é a questão central que denuncia a hipocrisia americana.
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