17.4.07

américa em guerra. onde?

os 32 mortos e os 29 feridos confirmados, que resultaram do massacre da universidade tech da virginia , juntam-se aos nùmeros que mentalmente fomos acumulando destes recorrentes, cíclicos e americanos acontecimentos.
como a net é um mundo fantástico, facilmente cheguei à descrição dos principais registos de school shooting nos estados unidos, durante a década de 1996-2006 e respectiva distribuição geográfica.
poupem-se a contas, que eu já as fiz: com ontem, são 116 mortos e 132 feridos (entre alunos, professores e directores). são em média, mais de 10 mortos por ano.
a esta tradução em cálculo concreto, de um número abstrato resultante de sucessivos e semelhantes acontecimentos repetidos, só encontro paralelo, com as devidas diferenças de grandeza, nos atentados em bagdad, dos últimos anos.

5 comentários:

S Guadalupe disse...

foi precisamente o que pensei... um país em guerra consigo próprio!

Não consigo conceber este tipo de acontecimentos noutro contexto cultural que não a América. A doença mental não explica tudo! Mas doentes mentais completamente descompensados (normalmente psicóticos com delírios), ou mesmo psicopatas/sociopatas, com armas ou acesso fácil e banal a armas... isto já explica muita coisa!

Claro está que todos lembramos os episódios dramáticos de outros massacres e de sequestros de escolas inteiras... noutros contextos culturais... infelizmente... mas este tipo de acções já caracteriza a América.

Triste característica!

Eu não consigo imaginar a dimensão desta violência!

Anónimo disse...

Trago mais números à tua equação:
Segundo o Gabinete de Estatística do Departamento de Justiça dos EUA, entre 1996 e 2005 podes contabilizar 52031 mortos por disparo de armas no país, mais 5,765,090 vítimas de... em crimes NÃO FATAIS.
No total, são 5,817,121.
Graças à Business Wire (ver chazadas.blogspot.com) que, na edição do mês passado, alertava os potenciais investidores para o crescimento dos lucros da indústria americana de armas de pequeno porte, junto ainda outros números:
Estima-se que atinja os 5 triliões de dólares de facturação em 2006.
2,150,000,000 dólares, é o rendimento do mesmo ano.
5 a 7% é o crescimento esperado em 2007.
Vendo a coisa pelo prisma destes senhores, cada vítima “valeu” 859,5 dólares.
Ou rendeu, depende do ponto de vista.

S Guadalupe disse...

não podemos julgar uma sociedade inteira, ainda assim... fico cada vez mais chocada quando percebo que as coisas podem ser assim colocadas! É brutal!

tiago m disse...

a questão das armas é central (juntamente com aborto e pena de morte) na política americana. faz parte do conjunto de valores que alguns americanos sentem como profundamente seus e que se sentem ameaçados pela outra américa, contemporânea, urbana e anti-armas.

e dp há doidos como este; que nem são o mais complicado (pior é ter bairos e bairros onde toda a gente tem armas e onde há mais de 100 mortos por ano, como em Oakland…) mas que induzem ciclicamente a discussão que as armas não podem ser de venda tão livro

S Guadalupe disse...

Pois, Tiago, há outros países que sentem a ditadura como profundamente sua... e levam com a USA em cima... há outros que defendem a escravidão, há outros ainda em que a ofensa da dignidade humana das mulheres é normativa... E isso pode ser simplesmente aceite porque sim?

Se a liberdade na compra de armas leva à interrupação sistemática da liberdade dos outros porquê continuar a ter esta política e a ser possível comprar armas de guerra e de alta prtecisão por correio?

Todos sabem que há uma percentagem X de psicopatas e sociopatas. São cidadãos livres... que, até cometerem actos que denunciam a sua personalidade, são simplesmente cidadãos algo desajustados e com pequenos episódios na sua vida... E alguém vai certificar-se da situação de saúde mental quando vende uma arma?

Esta também é a questão central que denuncia a hipocrisia americana.