repensar os políticos
Os cidadãos acreditam cada vez mais nos que se colocam enquanto cidadãos e se demarcam de organizações políticas na corrida a lugares políticos. Há, de facto, alguma diferença? Antes e depois?
pedalar, pedalar, pedalar.
Posted by S Guadalupe at 11:26
11 comentários:
até ao momento, não me parece que haja grande diferença e os exemplos comprovam-no:
manuel alegre, avança por iniciativa própria depois do seu partido não lhe expressar apoio nas presidenciais. legítimo. após as eleições mantem-se comodamente no seu lugar de deputado, eleito pelo tal partido, intervindo (muitas vezes acertadamente) como consciência crítica do ps e conseguindo a proeza contorcionista de apoiar-não-apoiando a candidata helena roseta nestas eleições, para não afrontar de novo o afinal, seu partido.
helena roseta: avança por iniciativa própria por via do seu partido não a ter designado como nº1 da lista à camara de lisboa, com a diferença de se ter desfiliado. a questão é que toda a gente percebe que ela não se desfiliou por incompatibilidade, desfiliou-se por consequência de não ter sido escolhida. e aí está a grande diferença, que no fundo as pessoas percebem, apesar dos sound-bytes.
carmona rodrigues avança para entalar o psd, que consegue, mudando radicalmente para um discurso anti-partidos, depois de ter sido ministro por causa do psd e de ter feito parte da intriga partidária (agora visa como ignomíniosa e abominável) que em conjunto com marques mendes e a distrital de lx do psd tramaram contra santana lopes e a sua possível volta para a camara de lisboa.
resumindo, agrada-me pouco este discurso populista anti-partidos e anti-políticos, porque me lembro que foi no culminar de um processo desses que os mais duros ditadores da história do séc. XX foram eleitos. e desagrada-me mais que sejam figuras recentemente ex-beneficiárias das estruturas partidárias que se indignem e se mostrem mais anti-sistema.
soa a estranho...
e acrescentam-se os belos exemplos de Isaltino M., F. Felgueiras e Valentim Loureiro.
Estes são os nossos independentes!
Eu também não distingo os oportunistas pelo número de cartões (partidários) que levam ou levaram nos bolsos. E também não acho que os cidadãos acreditem mais nos "cidadãos". Eu não acredito... nos fraccionistas, que não querem mais do que, de uma forma baratinha, vestindo coletes de trânsito da loja do chinês, dividir para reinar com poucos votos. Não distingo rosas de rosinhas ou de rosetas. Mas, por outro lado, ainda acredito menos em maiorias absolutas. Porque os absolutistas nunca foram democratas, porque a democracia nasceu para combater os absolutistas. Porque são agora os democratas quem nos quer convencer a elege-los absolutistas, eu ando perdido.
Felizmente, nem tive que ir de férias para não ter que votar. Bastou-me não ter mudado a tempo o meu registo eleitoral. Mas que continuarei perdido depois de o fazer, sem dúvida. E o pior, é que me parece que deram a Portugal o mesmo mapa que me confunde.
Pois para mim estes "cristãos novos" são todos da mesma laia - Carmona Rodrigues, Fátima Felgueiras, Helena Roseta, Isaltino Morais e Valentim Loureiro - e ainda mais oportunistas do que os dos partidos sejam eles Manuel Maria Carrilho, Paulo Portas ou Pedro Santana Lopes.
Xá Verde, análise nota 20!
mas k mania esta de que alguém que se quer candidatar tem k passar pelo crivo do partido político!
a helena roseta não tem qualidades para ser presidente a câmara? e não tem legitimidade para se candidatar? então pq é que não se deveria candidatar se o PS (também legitimamente) escolher outra pessoa?
a inversão aqui está em que o sistema favoreça os partidos políticos; às listas para as câmaras deveriam ser dadas uma lista A, B, C, D etc. A malta candidata-se. Se o partido decidir apoiar a lista B, não tem qualquer problema, claro.
Mas o sistema está precisamente ao contrário, a discussão inquinada, tal como, IMHO, o proprio tom deste post e seus commens
o problema são os exemplos que contraditam as intenções...
acho óptimo poderem existir candidaturas independentes, o problema é que aquelas que têm existido não são de pessoas que não estejam ou tenham estado à sombra de partidos.
Haverá muitas por esse país fora de outra natureza, das quais não ouvimos falar... assim espero!
claro. a questão não são os méritos, qualidades ou, obviamente, a legitimidade de eu me candidatar com uma lista fora-partidos. essa é total e deveria até ser alargada.
a análise é simplesmente à tipologia de independentes que temos tido, que raramente (ou nunca) surgem de associação ou reunião genuína de cidadãos, mas sim, invariavelmente, por motivo de dissidência partidária de pessoas com largo historial de aparelho partidário ao longo da democracia portuguesa.
recordemos então o que nos tem aparecido como independentes: alegre, roseta, isaltino, fatima felgueiras, valentim loureiro e carmona.
se algum mérito ainda assim estes vão tendo, é de fazer adivinhar que apartir de agora, de certeza aparecerão mais e melhores listas de cidadãos extra-partidos, e naturalmente com novos nomes e novas motivações.
ficamos ansiosamente à espera!
será?...estes "independentes" cresceram, vestiram-se e alimentaram-se dentro de casa , tiveram uma zanga com o papá e viraram alguns amigos contra o papá...estou para ver o dia em que o primeiro "independente" seja independente desde sempre...isso sim seria de louvar...e "cromopromisso portugal, não por favor"...
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