outros grandes "velhos", maduros e molhados
Ontem em Paredes de Coura.
Por coincidir com o final das férias habituais a sul, por ser durante a semana, etc etc, nunca tinha feito o esforço de rumar até lá, até ontem. Valeu a pena e uma enorme molha! O espaço é fantástico, mesmo a chover... blá, blá, e tudo mais para quem conhece. Cheguei cedo, quando tocava a primeira banda, estacionei "à porta" com a notícia de que muitos tinham já partido por causa das chuvadas. Mas, afinal, encheu. Ainda bem!
Os Shout out Louds vinham de Estocolmo com uma música e presença tipo "onde é que eu já ouvi e vi isto?" Uma espécie de mistura entre Echo & the Bunnymen, The Jesus & Mary Chain e Cure. Agora é só imaginar.
Depois a desgraça da noite. Os Maduros. Com excelentes músicos é possível fazer coisas muito muito más. Estava incrédula. Imaginem assim uma espécie de banda dos concursos de música moderna do final dos anos 80. Letras tipo "aproveita agora, não esperes pelos 40", "vive o momento", "não fiques agarrado ao futuro, ou fica", e por outro lado "ao passado". Bem! A voz do Zé Pedro a soar a Adolfo cavernoso mas desafinada. Penoso. Tenho pena, pois acho que eles se divertiram a fazer o projecto, mas nota-se que não pensaram muito nele. O Zé Pedro não merece esta mancha na carreira.
Os !!! deram uma lição de dança com uma energia tremenda. Com dois Mr. Show Man. Muito power.
Lux (loiro) e Poison... et al... deram ritmo non stop ao nosso corpo. O habitual, imagino! Soube a pouco. Sem encore ou qualquer "goodbye". Queria mais!
Os Senhores dos Bauhaus desta vez deram um concerto! Há 10 anos fiquei desiludida, pois foi tudo muito montado cenicamente, visualmente interessante mas nada mais do que isso. Confesso que não esperava o excelente concerto que foi. Sem artifícios. Apenas com o talento que reconhecemos obrigatoriamente a estes Senhores! Em grande forma. Estive mesmo à frente, com receio que o Fernando (um dos meus sobrinhos no seu primeiro concerto - coitados do Fernando e do Gonçalo, decidi levar os meus sobrinhos a uma cena revival...) fosse "esmagado" por empurrões no "kick in the eye", que afinal foi calmo porque chovia copiosamente. Bem mais agitadas foram "in the flat field" e "she's in parties"... Dois encores. O primeiro com uma versão do "transmisson" dos Joy Division e a última, deliciosamente deglutida e vampiresca no seu melhor "bela lugosi's dead".
Belos momentos! Adorei sair encharcada de (boas) memórias.
2 comentários:
Ena, SG, que andaste pelos meus domínios!!!
Apesar de ser ali mesmo de perto, nunca calhou de por lá estar na altura do festival. mas pelo q me dizem sempre os amigos que teimam em deixar-me cheia de inveja, vale sempre a pena, entre umas bandas e outras, agrada-se sempre a todos, de alguma maneira.
imagino que conheças o espaço. só por isso vale a pena! Claro que desta vez a chuva deixou tudo com aspecto bem mais triste, mas é fabuloso. O palco tinha uma parte toda transparente e viam-se árvores. Ali à volta é só verde...
Fiquei com a coluna toda lixada por causa de estar horas a fio com os pés numa posição de contrapeso à inclinação do terreno.
As bandas valem sempre a pena, os cartazes têm sido muito bons, entre novidades e revivalismos.
gostei muito. para quem lá toca deve ser fabuloso e único ver o público naquela perspectiva... digo eu!
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